Tomar café é um hábito cultural, que existe em muitas partes do mundo e também no Brasil. Por isso, falar sobre esse tema gera muita controvérsia. Mas afinal, quais são os efeitos da cafeína no organismo? Vale a pena seguir a cultura se ela coloca nossa saúde em risco?
É sobre isso que vamos falar neste artigo. Então, continue a leitura para entender qual é o efeito da cafeína e tomar sua decisão de forma consciente. Confira!
O que é a cafeína?
A cafeína é um fitoquímico com ação estimulante presente em cerca de 63 plantas, entre elas o fruto do guaraná, cola, chá-mate, chá preto, sementes do cacau e do café.
A maior preocupação não é a presença da cafeína das plantas, mas o seu uso em grande quantidade em vários produtos destinados para todas as idades.
A cafeína é a substância psicoativa de maior uso hoje. Está presente em alimentos, bebidas energéticas, doces, chás, remédios.
Um estudo publicado pela Associação Médica Americana concluiu que a cafeína é adicionada a refrigerantes por sua natureza viciante, buscando aumentar o consumo.
O estudo foi realizado por cientistas da Universidade John Hopkins e mostrou que a maioria das pessoas que toma refrigerantes não consegue notar a diferença entre bebidas com e sem cafeína. Durante a pesquisa, somente 8% de um grupo de 25 adultos conseguiu detectar a cafeína em refrigerantes.
O restante nem sequer notou a diferença entre bebidas com e sem cafeína, até que os níveis da substância fossem aumentados a níveis além dos aprovados pelo órgão que controla drogas e alimentos nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA).
A pesquisa também mostrou que uma média de 70% dos refrigerantes possuem cafeína nos Estados Unidos e que as versões sem cafeína correspondem a uma média de 5% das vendas. Portanto, a preferência pelos refrigerantes cafeinados não está relacionada a uma possível melhora no sabor, e sim ao fato de que ela realmente vicia.
Por que a cafeína pode ser considerada uma droga?
Muitas vezes se entende, pelo senso comum, que para se desenvolver um vício é necessário um consumo exagerado de uma substância. No caso da cafeína, não é assim. A simples ingestão de 100 mg de cafeína por um período pequeno de 7 dias já é o suficiente para a formação do vício.
É importante ressaltar que não estamos falando apenas do café, mas também de outras substâncias que possuem a cafeína em sua composição, desde chás, doces até remédios. Evitar ao máximo o consumo dessa substância é a melhor maneira de não desenvolver o vício.
Quais são os efeitos do café sobre o corpo?
Evitar os prejuízos que vêm junto com o consumo da cafeína também é muito importante. O consumo de cafeína causa dependência.
Muitos buscam o café pelo seu efeito de estimulação do Sistema Nervoso Central. Ele é conhecido por diminuir a fadiga, aumentar o estado de alerta e também estimular a broncodilatação.
Mas existem outros sintomas que atingem o organismo. A cafeína induz ao aumento da respiração. Em doses elevadas atinge também o sistema cardiovascular aumentando a contratilidade do coração.
O consumo excessivo pode levar a palpitações, convulsões, dores no estômago e na cabeça, perda de apetite, insônia, vômito, náusea, depressão, falta de potência, entre outras coisas.
Mas será que é seguro utilizar a cafeína em doses moderadas? Mesmo as doses com moderação podem provocar sensações intensas de ansiedade, pânico ou medo em alguns indivíduos.
Mesmo pessoas que relatam um uso leve ou moderado de cafeína sentem tensão, ansiedade e disforia depois de ingerirem 400mg ou mais da substância.
O consumo diário de 600mg de cafeína, o que seriam aproximadamente 6 xícaras de café, pode gerar a dependência moderada, assim como letargia, irritabilidade e cefaleia.
Uma xícara de café tem aproximadamente 50 a 150mg de cafeína. Já em uma xícara de chá ou refrigerante se encontra entre 35 a 50mg da substância.
A cafeína é tão intensa que não é preciso um consumo muito grande para chegar a resultados bem prejudiciais. O consumo de 5g a 12g de cafeína pode ser letal. Os sintomas podem incluir até mesmo arritmias cardíacas, convulsões, coma, edema pulmonar, parada cardiorrespiratória.
Em casos extremos como esses, o tratamento é a descontaminação gastrointestinal e de suporte. Para alguns pacientes, é preciso utilizar medicamentos anticonvulsivantes durante a crise.
Mesmo a tolerância a bebidas que contém cafeína pode levar a dependência moderada e até à intoxicação a longo prazo.
Por que dizemos que o café faz mal se ele promove a sensação de bem-estar?
O consumo de cafeína, a princípio, causa uma sensação de bem-estar, um aumento de energia e estímulo. Entretanto, qualquer pessoa que já consumiu de maneira moderada um produto com alto teor de cafeína já sentiu a dificuldade para deixar esse hábito.
A síndrome de abstinência é a prova do quão prejudicial é a cafeína para o organismo. A síndrome se manifesta em um período de 12h após o início da sensação gerada pelo consumo e vai atingir seu pico por volta de 24 até 48h após o consumo, podendo durar até uma semana.
Um sintoma bastante comum é a cefaleia, que é seguida pela irritabilidade, ansiedade, fadiga, sonolência, náusea e até mesmo vômito.
Como o café contribui para problemas de saúde atuais?
A cafeína tem uma ligação direta com diversos problemas de saúde modernos como a insônia, ansiedade e hipertensão arterial. Como você pode perceber, eles afetam tanto a saúde física quanto a saúde mental.
O primeiro ponto que precisamos considerar é como a cafeína se relaciona ao surgimento ou agravamento da hipertensão arterial. Poucos minutos após o consumo, a pressão arterial já aumenta.
Esse processo não é natural e nem saudável. Ele é acompanhado pelo aumento dos batimentos cardíacos por causar uma maior liberação de adrenalina
A cafeína também tem um forte impacto no sono. Ela tem a capacidade de se ligar aos mesmos receptores da adenosina, inibindo sua atividade e acelerando a atividade neural.
Podemos dizer que é como se a cafeína enganasse o cérebro bloqueando os receptores e fazendo com que a sensação de sono e fadiga cesse, só que momentaneamente.
O efeito de uma xícara de café, por exemplo, é de cerca de 6 horas. Quando o efeito passa e seu corpo “pede” mais cafeína, o sono é afetado negativamente. Com o desequilíbrio hormonal surge a insônia, a ansiedade e também irritabilidade.
O café traz algum benefício à saúde?
Aqueles que defendem o uso da cafeína, em grande medida pelo consumo do café, acreditam que seu uso traz benefícios para o corpo. Isso se deve ao fato de que o café tem alguns antioxidantes em sua composição, chamados polifenóis.
Mas é importante destacar que esses antioxidantes estão presentes de forma abundante em alimentos que contribuem muito para a saúde, como o mirtilo, as maçãs vermelhas, as groselhas, amoras e uvas pretas e também nas oleaginosas, nas ervas e nas hortaliças.
Os polifenóis são substâncias importantíssimas para prevenção de doenças cardiovasculares, na atividade anti-inflamatória e na prevenção da diabetes e obesidade.
Quando ingerimos essa substância por meio de alimentos saudáveis, trazemos não apenas os benefícios dos próprios polifenóis para o corpo, mas também outros benefícios que potencializam a saúde, como o consumo de vitaminas essenciais.
Portanto, a natureza oferece outras fontes de polifenóis que fazem bem à saúde. E diferentemente do café, essas outras fontes só trazem benefícios, sem os efeitos maléficos da cafeína que já discutimos neste artigo.
E você, consome muitos alimentos e bebidas com cafeína? Que tal substituir esse consumo por alimentos mais naturais e saudáveis? Para te ajudar, preparamos conteúdos para que você esteja sempre bem informado e com saúde. Basta assinar nossa newsletter clicando no banner abaixo.