Na hora de escolher um método contraceptivo é importante que a mulher esteja bem informada. E quando o assunto é a pílula, surge a dúvida: anticoncepcional faz mal à saúde?
Por ser um método simples e prático, muitas mulheres fazem uso de pílulas anticoncepcionais por anos sem ao menos entender de que maneira elas influenciam seu organismo e quais são as desvantagens do seu uso contínuo.
Por isso, reunimos informações que vão esclarecer as suas dúvidas. Continue a leitura para saber mais!
Antes de tudo, é importante esclarecer que a pílula anticoncepcional é um medicamento e não existem remédios que não apresentem efeitos colaterais. Por isso, quanto maior a dose do hormônio, maior o perigo. Estudos mostram que existem desvantagens com seu uso contínuo. Veja quais são elas.
O Manual Global de Planejamento Familiar, produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com outras instituições, apresenta alguns efeitos colaterais das pílulas anticoncepcionais.
Segundo o documento, algumas usuárias relatam alterações nos padrões da menstruação com sangramentos irregulares. Também existem casos de ausência de menstruação e dores de cabeça, tontura, náuseas, sensibilidade das mamas, alterações de humor e peso.
Mulheres com antecedentes de trombose devem, por segurança, evitar o uso de anticoncepcionais.
Essa pílula tem hormônios combinados como o estrogênio e progestagênio, um hormônio sintético derivado da progesterona. Essas substâncias bloqueiam a ovulação e impedem que o colo do útero dilate, o que dificulta a passagem dos espermatozoides.
A ação do estrogênio aumenta o risco de trombose. Estudos apontam a teoria de que os contraceptivos causam resistência às proteínas C-reativas, anticoagulantes naturais do organismo.
Com o desequilíbrio do sistema circulatório, ele fica mais propenso a criar coágulos. A formação de um coágulo, ou trombo, é uma reação natural do organismo quando existe algum ferimento ou corte.
O trombo é como um curativo que se forma e impede que o corpo tenha sangramentos contínuos por conta de um simples corte, por exemplo.
O risco surge quando esse trombo se forma sem necessidade e cai na circulação sanguínea, atingindo órgãos vitais como o coração, o pulmão ou o cérebro.
Ao chegar ao pulmão, o trombo pode impedir a passagem do sangue que está com oxigênio e inviabilizar sua distribuição para o resto do corpo. Esse processo gera a tromboembolia pulmonar, deixando o indivíduo sem oxigênio no organismo e com alto risco de morte.
Além do seu próprio risco como doença, a trombose também pode estar relacionada a outras doenças como AVC e infarto.
O risco de uma mulher ter trombose é de 5 em cada 10 mil mulheres. Quando existe o uso do anticoncepcional a porcentagem aumenta consideravelmente, podendo chegar a 15 para cada 10 mil mulheres, dependendo da dose e do tipo de hormônio que a pílula contém.
É importante lembrar também que outros fatores podem aumentar ainda mais a incidência de trombose, como o excesso de peso, sedentarismo e a exigência de ficar muitas horas de pé ou sentada todos os dias. É importante cuidar da saúde como um todo.
O uso de pílulas anticoncepcionais pode provocar a retenção de líquido e levar a um ganho de peso repentino. Além dos temidos quilos a mais na balança, outro efeito deste processo é o aumento das celulites devido ao inchaço.
A ingestão de hormônios via oral pode sobrecarregar o fígado, pois este órgão é responsável por metabolizar o medicamento. Ao longo do tempo de uso deste método contraceptivo, existe o risco do fígado sofrer problemas como a sobrecarga.
É essencial que mulheres que já apresentem um histórico de lesões e problemas hepáticos não façam uso deste medicamento. Isso evita o risco de desenvolver ou agravar doenças relacionadas.
O estrogênio, hormônio presente na composição de alguns comprimidos anticoncepcionais, tende a ser um vasoconstritor quando produzido sinteticamente. Por isso, os riscos de desenvolver hipertensão arterial são maiores com o uso desta pílula.
Mulheres que já têm problemas de hipertensão arterial ou com histórico familiar da doença devem ter um cuidado redobrado e evitar o uso da pílula para não desenvolver problemas cardiovasculares relacionados.
Como já mencionamos, o comprimido anticoncepcional geralmente tem dois componentes: o estrógeno e o progestágeno, uma substância que tem uma ação no próprio receptor da progesterona e que é muito necessária para a ação da pílula.
Um dos tipos de progestágeno é o acetato de progesterona. Em algumas mulheres essa substância pode interferir no apetite sexual e diminuir a libido por conta da ação antiandrogênica que é o combate a ação do hormônio masculino.
Uma preocupação comum sobre o uso das pílulas anticoncepcionais é como isso afeta o risco de câncer.
De acordo com o Nacional Cancer Institute (NCI), o uso deste método pode diminuir ligeiramente o risco de câncer de endométrio e de ovário, mas seu uso a longo prazo pode aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama, fígado e colo do útero.
Já outros estudos não deixam clara a ligação das pílulas anticoncepcionais contendo estrogênio e o câncer de mama.
As pesquisas mostraram que, apesar do uso deste método aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama, essa porcentagem diminui após 10 anos da interrupção do uso e volta ao mesmo nível das mulheres que nunca utilizaram anticoncepcionais.
Por precaução, a orientação é que a mulher nunca deixe de conversar com seu médico e também saber quais tipos de cânceres são comuns ou presentes em sua família.
Apesar de oferecer riscos à saúde da mulher, a pílula anticoncepcional e outros métodos contraceptivos com hormônios combinados são muito utilizados, mas não são a única opção para evitar uma gravidez.
Cada organismo é único. É importante que a mulher esteja bem informada e consciente das necessidades do seu corpo para ter o melhor resultado.
Agora que você sabe como o anticoncepcional faz mal para sua saúde, que tal conhecer outros métodos contraceptivos? Não se esqueça também da importância de manter hábitos saudáveis, pois eles são importantíssimos para prevenir todas as doenças mencionadas.
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Chegamos ao mês de março! Com ele, comemoramos uma data muito especial: o Dia Internacional da Mulher. A cada ano que passa, elas ocupam um espaço ainda mais relevante, se destacando no ambiente de trabalho e conquistando até mesmo posições políticas de grande responsabilidade.
Porém, tão importante quanto as realizações externas é o cuidado com a saúde da mulher. No Brasil, elas já vivem em média sete anos a mais que os homens. Mas não basta aumentar a expectativa de vida — é preciso garantir uma longevidade saudável.
Por uma série de razões, as mulheres vivem mais que os homens. Elas estão menos sujeitas a mortes violentas e acidentes causados por imprudência. Em países que se envolvem em guerras, elas não participam de situações com maior risco com tanta frequência.
Alguns estudos mostram que a genética pode favorecer a longevidade feminina. O estrogênio, que é um hormônio produzido em maior quantidade pelas mulheres, seria responsável por aumentar os telômeros (1) e, consequentemente, potencializar a expectativa de vida nesse grupo.
Também é atribuído ao estrogênio o efeito antioxidante. Portanto, ele combate o envelhecimento das células e sua consequente degeneração. Finalmente, ele facilita a eliminação do colesterol ruim, o que previne doenças cardiovasculares, que estão entre as principais causas de morte.
No entanto, existe um outro fator que contribui para a longevidade feminina: o autocuidado. As mulheres vão ao médico com maior frequência, o que ajuda a descobrir eventuais problemas e a tratá-los desde o início. Elas recorrem aos serviços de saúde assim que percebem os primeiros sintomas, enquanto os homens tendem a adiar essa consulta.
Os resultados mostram que elas estão certíssimas. O acompanhamento médico é fundamental. Por isso, neste artigo, vamos falar sobre os exames preventivos que detectam os principais problemas que afetam a saúde da mulher. Confira!
É importante destacar que, embora esses sejam os exames preventivos mais comuns, a lista solicitada pelo médico pode ser diferente. Afinal, além das recomendações básicas, o profissional considerará seu estado de saúde e também o histórico clínico familiar e individual.
Provavelmente os seguintes procedimentos serão solicitados:
Na consulta ginecológica, o médico tem a oportunidade de conversar com a paciente e conhecer melhor sua rotina, sintomas ou desconfortos realizados à saúde geral e aos órgãos genitais, histórico clínico individual e familiar, bem como sua satisfação ou insatisfação com a vida sexual.
No consultório, o médico ainda realiza o exame clínico. Ele observará a vulva, a vagina e o colo do útero da paciente. Também é comum pressionar a parte de baixo do abdômen para identificar dores e apalpar as mamas para detectar alterações.
Depois de uma longa conversa, o médico indicará os exames complementares que devem ser feitos pela paciente. Se a mulher não tiver resultados de procedimentos laboratoriais recentes, como o hemograma, é possível que o ginecologista solicite esses exames também. Além disso, ele geralmente recomenda os exames preventivos a seguir.
A colpocitologia oncótica, também conhecida como exame ou teste de Papanicolaou, é a análise de células extraídas do colo uterino. As células que descamam desse tecido podem ser coletadas em um laboratório ou no próprio consultório médico, que geralmente utiliza uma espátula de madeira para isso.
A seguir, as células são depositadas em uma lâmina, onde são fixadas com um líquido. No laboratório, a análise dessas células mostra se o tecido do colo do útero está normal ou se existem indícios do desenvolvimento de tumores nessa região. Atualmente, esse exame também revela a presença do vírus do papiloma humano (HPV).
Como qualquer exame, o Papanicolaou não impede o surgimento de doenças. Porém, ele permite que os tumores sejam descobertos em uma fase muito precoce. Com o tratamento rápido e adequado, aumentam as chances de cura de um eventual câncer, especialmente no colo do útero.
O Papanicolaou deve ser feito no máximo a cada três anos. Seria ainda melhor se todas as mulheres pudessem fazê-lo anualmente, mas infelizmente uma parte considerável da população não tem acesso ao procedimento. De qualquer forma, o período recomendado é estabelecido pelo médico, de acordo com características de cada paciente, como sua idade e histórico clínico individual ou familiar.
Aliada à colpocitologia oncótica (Papanicolaou), a colposcopia é um dos exames preventivos femininos que contribui para que eventuais tumores no colo do útero sejam descobertos muito cedo. Porém, esse exame permite avaliar ainda outras áreas, como a vulva e a vagina.
O exame é realizado com um aparelho chamado colposcópio, que utiliza lentes de aumento para iluminar e ampliar a visão dos órgãos genitais. Ele também aplica reagentes como ácido acético e solução de Lugol à base de iodo, que evidenciam possíveis lesões que seriam praticamente invisíveis de outra forma.
Entre as alterações que a colposcopia identifica, estão:
Além disso, a colposcopia pode ajudar a esclarecer as causas de dores pélvicas e de sangramentos. O exame também aponta a extensão das lesões, o que pode contribuir para fechar um diagnóstico ou indicar os melhores caminhos para tratamento.
Outro exame preventivo muito comum é a ultrassonografia, também chamada de ultrassom ou ecografia, permite observar os órgãos internos e possíveis alterações. Trata-se de um exame não-invasivo, que não emite radiações e que pode ser feito até mesmo por crianças e gestantes.
O aparelho de ultrassom emite ondas mecânicas sonoras. Ao encontrar os diferentes tecidos do corpo, essas ondas se comportam e se propagam de formas distintas. Essa interação permite que se formem imagens que retratam os órgãos praticamente em tempo real, bem como a identificação de lesões.
Quando realizado para identificar problemas de saúde comuns na mulher, o médico pode solicitar a realização do ultrassom sobre o abdômen. Para visualizar o útero, ovários, trompas e outros órgãos, é necessário estar com a bexiga cheia, para que ela fique praticamente transparente e permita a análise dessas estruturas.
O médico também pode solicitar o ultrassom transvaginal. Nesse caso, o transdutor do aparelho é inserido pela vagina e mostra áreas profundas. Ele é indicado principalmente porque permite analisar a fibromas (formações sólidas) e cistos (formações líquidas).
Não são apenas os problemas no aparelho genital que preocupam as mulheres. Elas estão sujeitas a tumores em outras regiões do corpo, como as mamas. Por isso, é importante monitorar o surgimento de caroços nos seios, o que pode ser feito por meio de exames diferentes.
Para mulheres acima dos 35 anos, os médicos geralmente recomendam a mamografia. Nesse exame, um aparelho chamado mamógrafo pressiona os seios em posições diferentes. O objetivo é fazer imagens das mamas para identificar possíveis lesões.
No entanto, nem sempre a mamografia consegue detectar essas alterações, principalmente se a mulher tem as mamas muito densas. Nesse caso, o ideal é fazer uma ultrassonografia, que costuma ser eficiente para identificar cistos e tumores.
Se a mulher é jovem (até 35 anos), o médico costuma solicitar apenas a ultrassonografia. A partir dessa idade, os dois exames podem ser recomendados quando existe acesso a esses procedimentos. O período de intervalo varia de acordo com o histórico clínico individual e familiar.
A partir dos 40 anos, tanto o homem quanto a mulher começam a perder o tecido ósseo, que se torna cada vez menos denso e, consequentemente, mais fraco. Nas mulheres, esse processo acontece de forma acelerada. Aos chegar aos 70 anos, elas podem ter uma redução de até 30%.
O exame que permite monitorar as condições dos ossos é a densitometria óssea. Ele funciona de forma semelhante a um raio X, conseguindo detectar a perda óssea e de minerais.
Caso os resultados realmente mostrem uma osteopenia (perda óssea) avançada ou preocupante, a paciente deve ser encaminhada ao tratamento adequado. Quando em condições normais, a mulher precisa começar a realizar esse exame a partir dos 65 anos.
Algumas situações específicas podem levar o médico a solicitar uma densitometria óssea antes da idade prevista. Esses casos são:
Além desses exames essenciais, o médico pode solicitar outros exames, de acordo com as necessidades de cada paciente. Eletrocardiograma, dosagem de vitaminas e colesterol, análise de fezes para detectar traços de sangue, exame de vista para prevenção do glaucoma e exame urodinâmico estão entre os procedimentos recomendados com uma certa frequência.
E quanto a você? Como estão os seus exames preventivos? Você os realiza com frequência ou faz tempo que não vai ao médico? Esse cuidado é fundamental para evitar que pequenos problemas se transformem em grandes transtornos.
Que tal mostrar para as mulheres do seu círculo que você as ama, se preocupa com elas e com seu bem-estar? Compartilhe este conteúdo com elas por meio de suas redes sociais e a ajude-as a entenderem a importância desses procedimentos para a saúde da mulher.
Fontes: