Você sente fome e sede constantemente? Tem vontade de urinar diversas vezes ao dia (e até mesmo à noite)? Percebeu que suas feridas demoram mais que o normal para cicatrizar? Sua visão parece mais embaçada ultimamente e os pés e mãos têm formigamentos frequentes? Se esses sinais estão se tornando comuns, pode ser a hora de procurar um médico. Esses são alguns dos principais sintomas do diabetes tipo 2.
Mas você conhece essa doença? Sabe qual é sua causa, quais são os prejuízos que ela gera no organismo e como tratá-la? Então, continue a leitura! Vamos falar sobre essa patologia que tem se tornado cada vez mais frequente. Confira!
Vamos relembrar o que é diabetes?
Como já falamos em outro artigo, o diabetes é uma condição clínica em que a pessoa tem dificuldade para transformar o alimento que ingere em energia para o corpo devido a problemas relacionados à produção ou utilização da insulina.
O diabetes pode ser classificado em tipo 1 e tipo 2, além de algumas outras variações. No primeiro caso, a doença é causada por um processo autoimune que destrói as células beta do pâncreas. Por isso, o organismo perde sua capacidade de produzir insulina na quantidade adequada.
A insulina é o hormônio que “abre as portas” da célula para a entrada do açúcar que ingerimos através dos alimentos. Sem essa substância, a glicose continua circulando pelo sangue. Ela não chega aos tecidos do corpo, onde seria utilizada como fonte de energia.
Portanto, no organismo da pessoa diabética, as células ficam sem energia para realizar suas atividades diárias. Por outro lado, a glicose que circula no sangue danifica outros tecidos e órgãos. Os mais afetados são os olhos, rins, coração, nervos e vasos sanguíneos.
O que acontece no diabetes tipo 2?
Já vimos que, quando a pessoa tem diabetes tipo 1, o corpo não produz insulina em quantidade suficiente. As células do pâncreas morreram e o tratamento mais comum é a injeção diária de insulina.
No diabetes tipo 2, a situação é diferente. O pâncreas funciona e produz insulina, embora em alguns casos ele não consiga suprir a quantidade de hormônio que o organismo necessita.
No entanto, o mecanismo mais comum relacionado ao diabetes tipo 2 é a resistência das células à insulina. Adipócitos, miócitos e hepatócitos, que são as células de gordura, músculos e fígado, respectivamente, não respondem à ação desse hormônio.
Devido a essa resistência, a insulina não consegue executar sua função, que é permitir a entrada de glicose nas células para fornecer energia aos tecidos do organismo.
Apenas para ilustrar, poderíamos comparar a insulina a uma chave que abre as portas da célula para a entrada da glicose. Nos diabéticos do tipo 2, essa chave se torna ineficaz. É como se ela rodasse na fechadura sem abrir o mecanismo. Dessa forma, o açúcar não consegue entrar e fica circulando no sangue.
A incidência do diabetes tipo 2 é muito alta. Em 90% das pessoas diagnosticadas, a causa da doença é a resistência à insulina. Em apenas 10% dos casos, o problema é a falência do pâncreas. O diagnóstico geralmente acontece na vida adulta, embora algumas crianças e adolescentes também desenvolvam essa patologia.
A resistência dessas células à insulina causa outro problema. O adipócito, por exemplo, quando não reconhece a ação de insulina, também não consegue detectar a existência de glicose circulando no organismo. Consequentemente, o adipócito entende que o corpo está sofrendo com falta de energia.
Diante dessa situação, o adipócito dispara um alerta falso. Ele libera sua própria gordura, como se as outras células precisassem dela para obter energia. Assim, o sangue da pessoa com diabetes, além dos altos níveis de glicose, também tem um índice elevado de colesterol.
Os hepatócitos também criam um processo parecido. Como eles não percebem o açúcar que está circulando no sangue, eles liberam ainda mais glicose, agravando a situação.
Quais são as causas do diabetes tipo 2?
O diabetes tipo 2 não tem uma causa única. Estudos demonstram que certas variações genéticas facilitam o desenvolvimento da patologia, mas não são o fator exclusivo que leva a esse quadro. O estilo de vida ocidental, marcado pela rotina sedentária e hábitos alimentares pouco saudáveis, também contribui para o surgimento da doença.
Outros fatores são frequentemente relacionados à ocorrência desta patologia. Veja alguns exemplos:
- fumantes têm um risco maior de desenvolver diabetes;
- quantidade e qualidade do sono são tão relevantes para o desenvolvimento do diabetes que chegam a ser considerados fatores preditivos para o risco da doença;
- pessoas sedentárias têm um risco até 30% maior de desenvolver diabetes tipo 2 quando comparadas a indivíduos que praticam exercícios moderados.
Esses são apenas alguns dos estudos que relacionam fatores relacionados ao estilo de vida à incidência de diabetes tipo 2. Portanto, entende-se que existe uma predisposição genética para desenvolver a doença, mas que ela só se manifesta quando os hábitos contribuem para criar esse quadro clínico desfavorável.
Como reverter o diabetes tipo 2?
O diabetes é considerado uma doença crônica. Isso significa que, pelo menos do ponto de vista técnico, trata-se de uma patologia incurável. Porém, da mesma forma que o estilo de vida é um fator determinante para o desenvolver a doença, a mudança de hábitos também permite driblar essa resistência à insulina e reduzir os níveis de açúcar no sangue.
Segundo a própria Sociedade Brasileira de Diabetes, muitas pessoas conseguem reduzir a resistência à insulina e os níveis de glicose no sangue apenas com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, é preciso utilizar medicamentos específicos para tratar a doença ou mesmo aplicar insulina.
Porém, em nossa prática clínica, percebemos que a mudança no estilo de vida pode proporcionar resultados fantásticos. Quando as pessoas aprendem a se alimentar da maneira certa, praticam atividades físicas regularmente e utilizam os outros remédios da natureza — água, luz solar, descanso, abstinência de substâncias que fazem mal ao organismo, fé e ar puro — elas conseguem levar uma vida normal, muitas vezes sem nenhum medicamento.
O diabetes tipo 2 é uma doença séria, que pode trazer uma série de complicações ao organismo. Quer descobrir que consequências são essas e como os diferentes fatores de saúde podem manter a glicemia sob controle? Então, não perca nossos próximos conteúdos. Assine a nossa newsletter e receba essas novidades diretamente em seu e-mail ou WhatsApp!