Você sabe o que acontece nos “bastidores” do seu corpo? Para que seu organismo funcione corretamente, existem hormônios que atuam em cada parte do sistema. Quando algo não funciona bem, acontece o que chamamos de distúrbios hormonais.
Os problemas relacionados aos hormônios são muito comuns e podem provocar vários sintomas que mexem com todo o organismo, como excesso de fome, irritabilidade, cansaço e até insônia.
Os hormônios são responsáveis pelo funcionamento de vários sistemas do organismo humano. Suas alterações podem até mesmo levar a doenças como diabetes, hipotireoidismo e síndrome dos ovários policísticos, no caso das mulheres.
As mulheres parecem sofrer mais com os distúrbios hormonais por conta das fases da vida como menstruação, gravidez e menopausa, entretanto os homens também são afetados, especialmente após os 50 anos, devido à andropausa.
O que são distúrbios hormonais?
Os hormônios dizem ao organismo como respirar, crescer, beber e comer. Eles coordenam tudo. São moléculas produzidas pelo sistema endócrino e mandam mensagens para várias partes do corpo.
Todos os processos do organismo são coordenados por hormônios, desde a pressão sanguínea até a libido. Os hormônios são essenciais para todos os sistemas do seu corpo.
Quando um hormônio não funciona como deveria, acontece um distúrbio que pode gerar prejuízos para o organismo.
Quais são as principais glândulas hormonais?
Existem glândulas para produzir cada tipo de hormônio. Vamos te mostrar algumas das principais responsáveis por manter seu corpo em equilíbrio.
Hipófise
A hipófise fica localizada no cérebro e tem funções regulatórias nas glândulas suprarrenal, nos testículos e ovários.
Ela é responsável pela liberação de dois hormônios necessários para as grávidas, a ocitocina (responsável pela sensação de prazer e afetividade entre homens e mulheres) e a prolactina, fundamental para a lactação.
A hipófise também produz o hormônio do crescimento conhecido como GH. Seu desequilíbrio nas crianças pode causar nanismo ou gigantismo. Já nos adultos sua carência pode ser corrigida com a reposição hormonal, trazendo muitos benefícios como a redução da gordura corporal e o aumento da massa magra.
Pâncreas
O pâncreas é um órgão muito importante, que desempenha diversas funções e produz várias substâncias. Porém, neste artigo é interessante destacarmos dois tipos de células que fazem parte de sua composição — as células alfa e beta.
As células alfa produzem o hormônio glucagon, que é liberado quando a taxa de açúcar no sangue cai muito, evitando a hipoglicemia. No entanto, o hormônio mais conhecido produzido pelo pâncreas é a insulina.
A insulina é responsável por controlar o nível de glicose no sangue. Assim como uma chave, ela abre as “portas” da célula para que a glicose entre e sirva como fonte de energia.
Se a glicose (açúcar) não é utilizada, a insulina é o hormônio que viabiliza o estoque dessa energia. Portanto, ela a transforma em gordura corporal. Mas é sempre válido lembrar que o que causa o aumento do peso não é a insulina, e sim o excesso de alimento que não é utilizado.
Inclusive, quando a pessoa consome apenas a quantidade de alimento necessária para suprir suas necessidades diárias, a insulina ativa a produção de massa magra.
O maior problema relacionado à insulina acontece quando o corpo desenvolve uma resistência a esse hormônio. Sedentarismo e alimentação inadequada fazem com que as células não se tornem receptivas à ação desse hormônio, o que gera um quadro de síndrome metabólica.
Tireoide
A tireoide é responsável por produzir dois hormônios, a triiodotironina e a tiroxina. Eles controlam a velocidade com que as funções do corpo progridem, ou seja, os batimentos cardíacos, transmissões cerebrais, temperatura corporal, consumo de energia e metabolismo.
A disfunção mais comum relacionada a tireoide é o hipertireoidismo (excesso no funcionamento), mas algumas pessoas também sofrem com o hipotireoidismo (funcionamento abaixo dos níveis ideais).
Ovários
Os ovários produzem o estrogênio e a progesterona, hormônios responsáveis por regular o ciclo menstrual das mulheres.
Em mulheres entre 45 e 55 anos, a falta de produção do estrogênio provoca a menopausa. Em mulheres mais jovens, o desequilíbrio deste hormônio precisa de atenção e pode levar a alterações de humor, no sono, no peso, na libido e na menstruação.
Suprarrenal
Hormônios como o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina são muito importantes para o organismo. Eles são produzidos por glândulas que ficam localizadas sobre os rins, e por isso são chamadas de suprarrenais.
O cortisol também é conhecido como o hormônio do estresse, mas não pense que sua produção é apenas negativa para o organismo. Tudo deve estar em equilíbrio. A baixa produção de cortisol deixa o corpo sensível a dores e aumenta a sensação de cansaço.
Já uma pessoa com problemas relacionados ao sono tende a produzir mais cortisol, apresentando dificuldades para dormir e descansar.
Outros órgãos e células
Além dessas glândulas, existem hormônios que são produzidos por outros órgãos e células. Entre os exemplos, destacamos a leptina, que é produzida por células gordurosas ou adipócitos. Já a grelina é produzida pelo estômago.
No caso específico desses hormônios, eles têm um papel importante na sensação de saciedade ou fome. Portanto, interferem em nossa vontade de comer e no controle do peso corporal. Quando não estão em bom funcionamento, podem provocar ou contribuir para a obesidade.
Quais são os sinais de distúrbios hormonais?
Sabemos que o desequilíbrio de qualquer hormônio do nosso organismo causa consequências. Mas afinal, quais são os sinais de alerta para possíveis problemas?
Entre os sintomas mais comuns causados pelo desequilíbrio hormonal estão a insônia, o cansaço intenso, a fome excessiva, a má digestão, a ansiedade, a menstruação desregulada e alterações de humor.
Alterações na pele, como o aparecimento de acne, também são sinais importantes. Se você perceber algum destes sintomas acontecendo recorrentemente em seu organismo, procure um endocrinologista para buscar um diagnóstico e tratamento.
Os distúrbios hormonais podem ocorrer como síndrome de deficiência poliglandular e, em geral, apresentam um fator genético. Nesse caso, a pessoa apresenta uma deficiência onde as glândulas endócrinas produzem quantidades de hormônios menores do que deveriam.
É normal que esses distúrbios hormonais se iniciem por conta de uma doença autoimune, uma infecção, um suprimento sanguíneo inadequado à glândula ou, até mesmo, um tumor.
Geralmente, depois que uma glândula é lesada, outras reduzem ou interrompem o seu funcionamento. Isso é chamado de falência múltipla das glândulas endócrinas. Caso o médico constate que se trata de um distúrbio sem cura, o indivíduo precisa realizar a reposição hormonal.
Como é feito o diagnóstico de problemas hormonais?
O diagnóstico deve ser feito por um médico endocrinologista por meio da descrição dos sintomas, análises de exames de sangue que mostram os níveis hormonais e também exames de imagens que podem detectar a presença de tumores e o tamanho das glândulas.
Não tente analisar seus exames ou sintomas sem acompanhamento de um médico, pois cada caso deve ser tratado individualmente e cada distúrbio hormonal precisa de um tratamento específico.
Também é válido lembrar que os hormônios não trabalham sozinhos. Existem interações importantes entre eles. Portanto, só um médico realmente é capaz de analisar as implicações dos resultados dos exames e definir se o indivíduo precisa de um tratamento ou não.
Como tratar os distúrbios hormonais?
No caso dos hormônios, vale uma máxima muito importante para as diversas questões de saúde: a prevenção ainda é o melhor remédio.
Por isso, é fundamental adotar um estilo de vida saudável, que favoreça o bom funcionamento do organismo, inclusive no que diz respeito à produção dessas substâncias.
Sabemos que dormir bem, por exemplo, ajuda o corpo a produzir os hormônios certos no momento correto. Isso interfere no funcionamento de outros órgãos e, consequentemente, na produção de outros hormônios, como em um efeito em cascata.
O mesmo vale para a qualidade e quantidade de alimentos e produção de insulina, tomar sol e a produção de vitamina D, prática de exercícios e a regulação de endorfinas, cortisol e dopaminas — pequenas atitudes do dia a dia favorecem ou não a liberação de um determinado hormônio e, consequentemente, de diversos outros.
Portanto, voltamos à nossa tônica principal: hábitos saudáveis promovem o funcionamento do organismo em condições ideais. O resultado é a saúde, inclusive no que diz respeito ao equilíbrio hormonal.
Porém, se o corpo já desenvolveu uma série de disfunções e o distúrbio é constatado, o tratamento sempre vai depender da causa do problema e de qual substância está em falta ou sendo produzida em excesso.
A reposição hormonal é um dos tratamentos mais comuns para que os hormônios voltem aos níveis normais. No entanto, sua recomendação deve ser feita com muito cuidado. É importante não banalizar a utilização de hormônios, seja para mulheres no período da menopausa ou nos casos de hipotireoidismo.
Outros tratamentos podem incluir a suspensão do uso de algum medicamento, mudanças de hábitos e alterações na dieta.
Alguns esportes como o futebol, vôlei e basquete são considerados exercícios de alta intensidade. Praticá-los pode ajudar a regular os níveis hormonais do sangue, além de melhorar o funcionamento do pulmão, coração e evitar o acúmulo de gordura no corpo.
Os distúrbios hormonais podem afetar nossa saúde de muitas maneiras, por isso, é muito importante estar bem informado sempre. Participe com a gente do grupo do Facebook focado em saúde da mulher. Para entrar, é só clicar no banner abaixo!
Estou com manchas escuras que coçam e TB com umas bolinhas tipo glândulas na área vaginal, seios e nas axilas e forte coceira na cabeça. Quando eu estava internada devido crise da Miastenia Gravis o médico disse que era infecção hormonal. Isso foi em março. Me passaram antibióticos pomadas e estou percebendo que só piora. O que devo fazer e a que médico ir? Muito obrigado.