Todos sabem que praticar exercícios e se movimentar é importante para a saúde. O que muitos não sabem é que existem doenças causadas pelo sedentarismo.
É algo muito além de estar em forma ou dentro do peso ideal. Quem é sedentário tem mais chances de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis.
É claro que existem outros fatores relacionados ao desenvolvimento dessas doenças, mas a inatividade física está entre os principais.
As doenças crônicas não transmissíveis mais comuns são diabetes, hipertensão e obesidade. Um artigo da Revista de Saúde Pública da USP confirmou que, no Brasil, cerca de 70% das pessoas possuem essas três doenças, o que coincide com a taxa de sedentarismo.
Se você não tem uma destas doenças, possivelmente conhece alguém que tenha. E antes de falarmos um pouco mais sobre elas, que tal uma avaliação pessoal?
Você se considera uma pessoa sedentária? Pode ser que neste momento você tenha se esforçado para lembrar da última vez que fez uma caminhada ou praticou um exercício.
Ou quem sabe você se considera um bom atleta de temporadas, que joga bola de vez em quando ou curte fazer uma caminhada quando sobra tempo.
Será que essa prática interrompida coloca você entre os sedentários? Continue a leitura para saber mais.
O que é sedentarismo?
O sedentarismo é a falta de prática de atividades físicas na rotina. Uma caminhada de 30 minutos 3 vezes na semana já te tira de uma rotina sedentária.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que o sedentarismo é hoje o quarto maior fator de risco de mortalidade global. Ele é o responsável por cerca de 3,2 milhões de mortes por ano.
E se você acredita que está longe de riscos por não ser obeso, muito cuidado!
Um estudo da Universidade de Cambridge já mostrou que a relação entre sedentarismo e o aumento da mortalidade prematura vai além do que mostra a balança.
Desde o ano de 2020, quando muitas pessoas aderiram ao isolamento social na tentativa de conter a COVID-19, aparentemente houve um aumento das taxas de sedentarismo por todo o mundo.
Muitos que costumavam praticar atividades físicas regulares interromperam sua rotina e ainda não retomaram o ritmo de exercícios.
Infelizmente, essa inatividade aumenta a letalidade até mesmo da própria COVID-19, já que as doenças causadas e intensificadas pelo sedentarismo estão entre aquelas que incluem muitos no grupo de risco da doença.
Quais são as doenças causadas pelo sedentarismo?
Mas afinal, quais são essas doenças e como o sedentarismo intensifica cada uma delas?
Diabetes tipo 2
O Diabetes tipo 2 é uma doença crônica que afeta como o corpo processa o açúcar no sangue (glicose). Com essa doença, o corpo não processa a insulina de forma adequada, ou cria resistência a ela.
Em 2012, uma pesquisa da Universidade de Leicester, na Inglaterra, mostrou que pessoas sedentárias têm duas vezes mais chances de desenvolver diabetes tipo 2.
O sedentarismo também agrava o quadro da doença por prejudicar o corpo na busca pelo equilíbrio entre a produção e o consumo de insulina, sendo necessário o uso de medicamentos.
Muitas vezes, o sedentarismo também vem acompanhado de outros hábitos prejudiciais como o consumo de açúcar, o que contribui ainda mais para o agravamento da doença.
Hipertensão e doenças cardiovasculares
A falta de atividade física gera um conjunto de condições que afetam o organismo, entre as consequências está o aumento da pressão arterial e do risco do desenvolvimento de diversas doenças cardiovasculares.
O sedentarismo também leva ao sobrepeso, que frequentemente pode evoluir para a obesidade.
A obesidade, por sua vez, aumenta a taxa de triglicérides, reduz o HDL (também conhecido como colesterol bom) e provoca o aumento da circunferência abdominal.
Neste cenário, é comum o desenvolvimento da síndrome metabólica. Um conjunto de hipertensão arterial, nível elevado de açúcar no sangue, excesso de gordura localizada na cintura e níveis de colesterol anormal.
A síndrome aumenta o risco de uma pessoa ter ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).
Com tantas alterações no organismo envolvendo a vascularização, o metabolismo e índices cardíacos, é comum também o aumento do risco de trombose.
Estresse e ansiedade
Os problemas emocionais são o mal da atualidade. Cada vez mais aumenta o número de pessoas que sofrem com ansiedade e estresse.
A prática de exercícios é uma forte aliada para o cuidado da mente, principalmente por produzir hormônios relacionados à sensação de prazer e bem-estar. Entre esses hormônios estão a endorfina, a serotonina, a dopamina e a ocitocina.
A prática de atividades físicas também diminui a produção de hormônios ligados ao estresse, como o cortisol.
Por isso quem está fisicamente ativo tem menores riscos de desenvolver distúrbios relacionados à saúde mental.
Existem até mesmo pesquisas que mostram a ligação entre o estresse emocional e as longas horas que as pessoas passam sem se mexer.
Uma vida sedentária prejudica muito a saúde emocional, aumentando o risco de sintomas ligados a estresse e ansiedade, levando até mesmo à depressão.
Câncer de mama
A palavra câncer faz muitos tremerem de medo. Uma doença que assusta pelo alto risco de agravamento dos sintomas e também pelo tratamento, que costuma ser bem desafiador.
O câncer de mama é o mais presente em mulheres no mundo todo. Dados da International Agency for Research on Cancer mostraram que 2,3 milhões de casos novos foram estimados em 2020, representando uma média de 24,5% dos casos novos de câncer em mulheres.
Uma pessoa com excesso de peso, um quadro normal no sedentarismo, acaba produzindo uma maior quantidade de radicais livres, responsáveis por causar pequenas inflamações que podem evoluir para tumores.
Inclusive o risco de câncer de mama aumenta quando relacionado ao sedentarismo após a menopausa.
E a necessidade do exercício se torna ainda maior quando vemos os resultados. Um estudo publicado pela revista Nature em 2018 mostrou que, no Brasil, uma em cada dez mortes por câncer de mama poderiam ter sido evitadas com a prática regular de atividade física.
Osteoporose
O sedentarismo também faz mal para os ossos. Uma vida sedentária aumenta a perda de massa óssea, aumentando o risco de desenvolver osteoporose.
A ausência de estímulo sobre o esqueleto torna o corpo mais propício à doença, já que os músculos não são requisitados em uma base regular.
A tração dos músculos sobre os ossos determina a taxa de remodelação e reabsorção óssea, por isso, para ter ossos saudáveis, é fundamental se mexer.
O exercício, portanto, contribui para aumentar a produção de tecido ósseo e para manter as articulações saudáveis, além de ajudar na fixação do cálcio.
Agora que você sabe quais são as doenças causadas pelo sedentarismo, que tal incluir mais atividades físicas na sua rotina? Para começar, vamos deixar bem informado sobre os cuidados com a saúde. Basta clicar no banner abaixo e assinar a nossa newsletter.