Desde o momento em que nascemos, só temos uma certeza: vamos morrer. Porém, se você cuidar bem dos seus telômeros, esse dia pode demorar muito mais para chegar.
Se antigamente nossos bisavós tinham uma expectativa de vida baixa, hoje a realidade mudou. Para você ter uma ideia, no Brasil, em 1900, as pessoas viviam, em média, apenas 33 anos.
Atualmente, esta é a idade em que muitas pessoas começam a pensar em ter filhos. A vida está apenas começando e tem ainda muitos desafios e aventuras pela frente.
Porém, nem tudo é perfeito. Nós vivemos mais, mas ainda temos o desafio de ampliar a longevidade ao mesmo tempo em que melhoramos a qualidade de vida na terceira idade.
Nos últimos anos, pesquisadores descobriram como estruturas praticamente desconhecidas da maioria das pessoas têm um papel fundamental na quantidade (e qualidade) dos anos que vivemos.
Quer saber que estruturas são essas, como elas promovem a nossa longevidade e como cuidar delas para viver mais e melhor? Então, não perca este artigo!
O que são telômeros?
Prometemos não nos estender muito na explicação biológica do que são os telômeros. Porém, é inevitável falarmos deste assunto sem uma definição um pouco mais precisa.
Nosso corpo é composto por células. Cada uma de nossas células, por sua vez, tem dentro de seu núcleo 23 pares de cromossomos, que carregam o nosso código genético, conhecido pela sigla DNA.
Os cromossomos têm o formato semelhante a um X. Porém, em suas extremidades, eles contêm estruturas chamadas telômeros. Na imagem abaixo, meramente ilustrativa, os telômeros são representados pela parte amarela:
Esses telômeros (ou extremidades) são compostas por sequências repetitivas de DNA. Sua função é proteger a integridade dos telômeros durante a divisão celular.
Assim, telômeros ativos evitam que os cromossomos se desgastem ou se fundam com outros cromossomos, o que permite a formação de novas células íntegras, saudáveis.
Como os telômeros influenciam na longevidade?
Como você sabe, as células do nosso corpo se dividem permanentemente. Elas crescem e se dividem ao meio, formando duas células com o mesmo código genético.
No entanto, à medida que as células se dividem, o cromossomo também se duplica e se divide. A cada vez que isso acontece, os telômeros se encurtam gradualmente.
Como falamos no tópico anterior, os telômeros são responsáveis por proteger os cromossomos. Se eles se encurtam, os cromossomos ficam mais sujeitos a desgastes, fusões e uma multiplicação defeituosa.
Portanto, o encurtamento dos telômeros, embora seja um processo natural, é um indicador de envelhecimento celular que, por sua vez, leva ao desenvolvimento de doenças.
Isso significa que, quanto mais tempo os telômeros levam para encurtar, mais lento é o nosso envelhecimento. O contrário também é verdadeiro: telômeros que encurtam rápido significam envelhecimento precoce.
Por que adiar o envelhecimento?
Envelhecer é inevitável. Afinal, esse processo começa a partir do momento em que nascemos. Porém, precisamos nos lembrar que o passar dos anos costuma trazer também a presença de doenças.
Não se trata de uma questão de estética ou de um culto à juventude promovido por razões culturais. O envelhecimento celular traz danos, e é ele que precisamos adiar.
Pense em todos os tecidos do seu organismo: sua pele, as diferentes camadas das veias, os músculos, o próprio coração… todos são compostos por células.
Essas células respiram, recebem nutrientes do organismo, eliminam resíduos, fazem uma série de trocas químicas para que funcionem de forma satisfatória.
Porém, quando uma quantidade muito grande de células têm cromossomos com seus telômeros encurtados, essas células começam a morrer. Elas se tornam células senescentes.
Consequentemente, aquele tecido não consegue desempenhar suas funções, entrando em colapso e gerando um grave impacto à saúde do indivíduo.
Portanto, para vivermos mais anos e termos qualidade de vida até o final dos nossos dias, é importante adiarmos esse processo de envelhecimento celular. Felizmente, é possível fazer isso.
Como evitar o encurtamento dos telômeros?
O encurtamento dos telômeros é um processo inevitável. Porém, ele pode ser acelerado pelos nossos maus hábitos ou, de forma contrária, retardado por bons hábitos.
Então, veja como cuidar bem dos seus telômeros para evitar ― e até mesmo reverter ― o encurtamento deles:
Mantenha o peso ideal
O peso ideal não é uma abstração estética determinada pela moda ou pelos padrões culturais. O peso ideal é aquele que promove a sua saúde, evitando o desencadeamento de processos inflamatórios crônicos.
Alguns estudos feitos com animais mostraram que, quando os pesquisadores incubaram células de pessoas jovens e saudáveis com plasma de indivíduos obesos e perfil crônico pró-inflamatório, elas tornaram-se células senescentes.
Exercite-se
Diversos estudos também mostram que o sedentarismo acelera o encurtamento dos telômeros. Sem a prática de exercícios, o corpo sofre uma ação muito mais forte dos radicais livres, que geram estresse oxidativo.
Além disso, pessoas sedentárias apresentam um grau maior de inflamação crônica. Tanto o estresse oxidativo quanto a inflamação reduzem a atividade de uma enzima chamada telomerase.
A telomerase adiciona sequências repetitivas de DNA nas extremidades dos cromossomos. Portanto, ela aumenta os telômeros, desacelerando seu encurtamento.
Portanto, ao inibir a ação da telomerase devido à inflamação crônica e ao estresse oxidativo, o sedentarismo acelera o envelhecimento celular.
Evite cigarro, álcool e outros hábitos prejudiciais
Não há como conquistar saúde ingerindo venenos. Portanto, mesmo que o cigarro, bebidas alcoólicas, café, açúcar e outros hábitos sejam culturalmente aceitos, isso não muda o fato de que são perigosos.
Todas essas substâncias geram uma grande quantidade de radicais livres no organismo, danificam células e provocam o encurtamento dos telômeros. É sua escolha consumi-las ou não.
Alimente-se de forma saudável
Da mesma forma que alimentos e hábitos nocivos produzem radicais livres, uma alimentação saudável e balanceada produz o antídoto contra o estresse oxidativo ― os antioxidantes.
Frutas e vegetais previnem o dano oxidativo das células e, consequentemente, evitam o encurtamento dos telômeros.
Maneje seu estresse
É praticamente impossível viver sem estresse nos dias de hoje. Porém, é possível manejá-lo para que ele provoque o mínimo de impacto possível sobre a nossa saúde.
O estresse está entre os fatores capazes de reduzir o tamanho dos telômeros. Ele aumenta a quantidade de células senescentes e aceleram seu envelhecimento biológico.
Além disso, o estresse também provoca uma atividade inflamatória maior, o que pode ser detectado através de exames que quantificam proteínas inflamatórias no sangue, aumentando a ocorrência de doenças neurodegenerativas, metabólicas e câncer.
Agora você já sabe o que são os telômeros e como cuidar deles para desacelerar o desenvolvimento celular. Gostou do conteúdo? Tem muito mais aqui no site.
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