Atualizado em 07/01/2022
O que fazer quando a balança revela aqueles quilos a mais? A maioria das pessoas vai em busca das famosas dietas milagrosas e do exercício físico, mas se esquecem da importante relação entre sono e emagrecimento.
Mesmo que a alimentação e a atividade física sejam importantes para o emagrecimento, poucos param para pensar na relação do sono com a perda de peso.
Dormir bem ajuda no funcionamento de todo corpo. Durante o sono acontecem várias secreções de hormônios que, se não estiverem devidamente equilibrados, podem influenciar no ganho de peso.
Por isso, a quantidade e qualidade de sono são questões que devem ser consideradas por quem deseja eliminar os quilos extras.
Neste artigo você vai descobrir como uma boa noite de sono é fundamental para o processo de emagrecimento. Continue a leitura para saber mais!
Falta de sono e emagrecimento: qual é a relação?
Diversos estudos associam redução nas horas de sono ao aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) e desenvolvimento da obesidade. Essas pesquisas analisaram dados de grupos diversos, desde crianças até adultos, e encontrou fortes evidências de relações entre esses fatores.
Mas como a falta de sono interfere em processos do organismo a ponto de provocar o aumento de peso? Isso é o que você vai descobrir nos próximos tópicos.
Desequilíbrio na produção de grelina e leptina
Quem não tem uma boa noite de sono é capaz de consumir até 500 calorias a mais do que consumiria normalmente. Esse foi o resultado de um estudo feito pelo Instituto de Neurociência e pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos.
Esse alto consumo de calorias é justificado pelo fato de que o hormônio da saciedade (leptina) fica com baixa produção, enquanto o da fome (grelina) fica em alta. Quem nunca sentiu vontade de comer um chocolate ou aquele prato de macarrão depois de uma noite de sono ruim?
Aumento do estresse
Quem dorme mal também fica com o nível de cortisol prejudicado. Este hormônio ajuda no aumento da gordura corporal, pois ele é o responsável por mandar uma energia extra para o sangue, em forma de glicose.
O cortisol também é conhecido popularmente como o hormônio do estresse. Quando ele está alterado, o corpo tende a acumular gordura abdominal, além de influenciar no humor e na disposição.
E é claro que quando a irritação e a ansiedade tomam conta, a tendência é perder o controle da alimentação.
Desequilíbrio do metabolismo
Poucas horas de sono afetam o metabolismo a ponto de prejudicar a imunidade e a produção de anticorpos. Isso se deve ao fato de que os níveis de prolactina ficam desequilibrados, o que leva a um sistema imunológico enfraquecido.
Como resultado temos uma dificuldade de concentração e a vontade de comer carboidratos durante o dia.
Dificuldade para ganhar músculos
Quem não dorme bem tem prejuízos na produção do hormônio GH no organismo. A falta dessa substância dificulta o crescimento dos músculos. Além disso, uma pesquisa publicada na revista científica Science Advances mostrou que a falta do sono adequado é capaz de reduzir os níveis de proteína, ou seja, prejudica os principais responsáveis pela formação da musculatura.
Para chegar a esse resultado foi feito um estudo com amostras musculares e de gorduras de um grupo de homens em duas ocasiões: depois de uma boa noite de sono e após uma noite em claro.
E o que isso tem a ver com o emagrecimento? Muito! Cada quilo de músculo no organismo gera uma queima de 60 a 100 calorias a mais por dia. Isso significa que, ao adicionar 5 kg de músculo, seu gasto calórico diário aumenta em 500 calorias por dia em repouso, sem nenhum esforço.
Portanto, se o sono prejudica o ganho de massa muscular, o gasto calórico será menor. Como consequência, será mais difícil emagrecer ou manter-se no peso correto.
Aumenta o tempo de exposição à comida
Quem dorme cerca de 8 horas por noite reduz seu tempo de exposição à comida e à própria sensação de fome. Provavelmente, você já vivenciou essa situação, seja pelo hábito de dormir tarde ou por necessidade.
Imagine uma pessoa que janta por volta das 18 ou 19 horas e vai para a cama por volta das 21 horas. É pouco provável que ela tenha a sensação de fome neste curto intervalo.
Já a pessoa que dorme por volta da meia-noite, seja porque faz faculdade ou trabalha até mais tarde, muitas vezes sente fome após as 22 horas. Assim, ela ataca a geladeira ou o armário e, em outros casos, tem uma quarta refeição neste horário.
Portanto, quem fica acordado por um período maior frequentemente aumenta seu tempo de exposição à comida e, como já dissemos, à própria sensação de fome. Uma refeição a mais por dia, ao longo de um ano, pode levar a um excedente calórico considerável.
Como dormir mal afeta o organismo?
Os adultos normalmente têm cerca de quatro ou cinco períodos de sono durante a noite. É durante a primeira meia hora do estágio de sono profundo que o hormônio somatropina (GH) tem seus picos de secreção. É também neste período que ocorre sua maior absorção.
A somatropina é o hormônio ligado diretamente ao processo de crescimento das crianças. No tópico anterior, também vimos que ele participa do aumento da massa muscular nos adultos e até mesmo da renovação das células da pele.
Ele também ajuda a manter o tônus, combate a osteoporose, melhora o desempenho físico e evita o acúmulo de gordura. Perder horas de sono afeta todas essas áreas.
Durante o sono, tanto a pressão arterial quanto a frequência cardíaca são reduzidas, isso é importante para garantir que o sistema cardíaco descanse e se regenere.
O processo de descanso e restabelecimento que acontece durante as horas de sono também produz hormônios que controlam a circulação. Quando, pela manhã, os níveis hormonais não estão em ordem, o organismo fica mais propenso a problemas cardiovasculares como hipertensão e doenças do coração.
Quantas horas preciso dormir por noite?
Mas afinal, quantas horas preciso dormir todas as noites para garantir o descanso adequado e o bom funcionamento do meu organismo?
A Fundação Nacional do Sono, localizada nos Estados Unidos, revisou mais de 320 pesquisas para atualizar as recomendações de horas de sono para cada faixa etária.
A necessidade de sono diminui conforme a idade aumenta. Os recém-nascidos precisam dormir de 14 a 17 horas por dia. Já os bebês de quatro a onze meses devem dormir de 12 a 15 horas. Crianças de até cinco anos precisam descansar de 10 até 14 horas diariamente.
Dos seis aos treze anos a recomendação é de 9 a 11 horas de sono. Os adolescentes devem dormir de 8 a 9 horas, uma quantidade próxima da recomendada para os adultos que é de 7 a 9 horas de sono todos os dias. Essa quantidade de descanso garante saúde e disposição para o corpo.
Quando se trata de sono, qualidade é tão importante quanto quantidade!
Em 2020 a Royal Philips, líder global em tecnologia de saúde, divulgou os resultados da sua pesquisa sobre o sono. Os dados mostraram que no mundo apenas 49% das pessoas entrevistadas estão satisfeitas com seu sono.
Os resultados das entrevistas feitas no Brasil mostraram que 60% das pessoas não estão satisfeitas com o sono e 40% delas não dormem bem por conta do estresse e da preocupação.
Alguns hábitos são importantes para garantir uma boa noite de sono como: a prática de exercícios físicos, uma boa alimentação evitando o consumo de alimentos estimulantes, além de uma rotina com horário certo para o sono e que garanta o descanso necessário durante a noite.
Atitudes simples como tomar sol todos os dias e se afastar de aparelhos eletrônicos como celulares e televisores próximo da hora de dormir também são importantes.
Você já sabe como é importante uma boa noite de sono para garantir o emagrecimento e também a saúde! Você sente dificuldade para dormir bem e com qualidade? Para te ajudar a descansar melhor e garantir uma boa saúde, além daquela sensação de bem-estar, nós preparamos 9 dicas que vão te ajudar a ter um sono reparador.