Os riscos do tabagismo para o organismo humano são bem conhecidos. Uma série de doenças e sintomas são agravados pelo hábito do fumo, principalmente relacionados aos sistemas respiratório e cardíaco.
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica caracterizada pela dependência à nicotina. Os resultados do vício são fatais.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões das mortes são resultado do uso direto do produto, enquanto aproximadamente 1,2 milhão são casos de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
O tabagismo e a saúde da mulher
Homens e mulheres têm perfis biológicos e hormonais diferentes. Isso faz com que o impacto de determinados hábitos na saúde das mulheres seja ainda maior. Um exemplo é o uso de bebidas alcoólicas e também o tabagismo.
O hábito do fumo pode atingir diretamente o sistema reprodutor feminino, assim como os sistemas urinário, cardiovascular e respiratório.
A fumaça do cigarro possui pouco mais de 4 mil substâncias. Entre elas está a nicotina, que é o principal componente relacionado à dependência.
Quando essa substância é inalada ou aspirada, atinge em segundos a circulação sanguínea, desencadeando a liberação de neurotransmissores, especialmente a dopamina. Logo vem a sensação de prazer e gratificação.
Quanto mais se fuma, ou seja, quanto maior é a exposição repetida à nicotina, mais rápido se alcança a dependência física, gerando a abstinência na tentativa de interromper o hábito.
Logo após o uso, a substância causa a sensação de redução do estresse e a ansiedade. Assim, o fumante tem um aumento da excitação e “melhora” do humor. Porém, os resultados a médio e longo prazo são devastadores.
A dependência à nicotina apresenta características diferentes nos organismos dos homens e das mulheres. Diversos estudos sugerem que as mulheres têm maior dificuldade em parar de fumar quando comparadas com os homens. O assunto é controverso, mas deve ser um sinal de alerta para a saúde feminina.
O metabolismo da mulher processa com maior velocidade a nicotina, além do organismo feminino ser mais propenso à depressão. Esses fatores podem explicar a maior dificuldade para parar de fumar em relação aos homens.
Existem indícios de que a nicotina possa interagir de maneira distinta no organismo feminino durante o ciclo menstrual, o que leva a reações durante a síndrome de abstinência.
Homens e mulheres também são levados ao cigarro por motivos diferentes. O comportamento da mulher fumante é mais influenciado por condicionamentos que estão relacionados ao afeto negativo e também ao humor, enquanto homens buscam a nicotina pela resposta farmacológica gerada.
A maneira das mulheres consumirem o cigarro também é diferente em comparação com os homens. Elas tragam menos profundamente o cigarro antes de fumá-lo por completo e preferem cigarros light. Raramente usam os cigarros feitos à mão.
Aumento do número de mulheres fumantes
As informações da OMS mostram que 250 milhões de mulheres fumam diariamente em todo o mundo. Este número só cresce, o que faz com que a indústria do tabaco atue estrategicamente com esse público.
O apelo é forte. Novos usuários são sempre necessários, não apenas para o crescimento da indústria, mas também para substituir os atuais fumantes que correm o risco de adoecer e morrer prematuramente por conta das doenças causadas pelo uso do tabaco.
Diferenças no impacto do tabaco no organismo feminino
Entre as principais causas de morte na população feminina estão as doenças cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular encefálico, as neoplasias malignas ou tumores de mama, ovário, pulmão e colo de útero e também as doenças respiratórias.
Não existem dúvidas de que essas doenças podem estão, muitas vezes, relacionadas ao tabagismo. Veja como o cigarro contribui para desencadeá-las e aumentar sua incidência na população feminina:
Doença cardiovascular
As mulheres que fumam até 4 cigarros por dia são chamadas de consumidoras leves. Mesmo esse grupo tem 3 vezes mais chances de sofrer uma doença do coração quando comparado com as não fumantes.
Entre as principais doenças relacionadas ao coração estão o infarto do miocárdio, aterosclerose e aneurisma da aorta. Todas podem ser agravadas no organismo feminino pelo hábito do fumo. Por isso, para garantir a saúde do coração, é importante não fumar.
Câncer de pulmão
Todo o sistema respiratório é afetado pelo hábito do fumo. Inclusive, o câncer de pulmão está entre as principais causas de morte no mundo.
O risco de desenvolvimento do câncer de pulmão é 1,7 a 3 vezes maior em mulheres do que em homens, independente do número de cigarros fumados.
As mulheres também podem apresentar um comportamento diferente no câncer de pulmão por conta das diferenças hormonais.
Além do câncer, o hábito do fumo também aumenta o risco do desenvolvimento de outras doenças crônicas no pulmão, como a bronquite e o enfisema pulmonar, causado pela agressão intensa aos tecidos do pulmão.
Câncer de mama
O cigarro afeta as vias hormonais durante o desenvolvimento mamário. Segundo dados da revista Breast Cancer Research, mulheres que fumam têm um risco maior de contrair câncer de mama.
O risco fica ainda maior quando a mulher já possui histórico da doença na família.
Câncer de colo de útero
Uma mulher que fuma expõe seu corpo a muitas substâncias cancerígenas que afetam vários órgãos. Essas substâncias são absorvidas pelos pulmões e transportadas pela corrente sanguínea por todo o corpo.
Mulheres que fumam têm o dobro de probabilidade de desenvolver câncer de colo do útero em comparação com aquelas que não fumam. Além disso, fumar torna as defesas do sistema imunológico menos eficazes, o que prejudica também o combate a infecções pelo HPV.
Cigarro e infertilidade
Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer, mulheres fumantes que não usam métodos contraceptivos hormonais têm suas taxas de fertilidade reduzidas de 75% para 57%.
Isso acontece por conta da concentração de nicotina no fluido folicular do ovário. Fumar antes da gravidez também aumenta duas vezes mais a probabilidade de atraso na concepção e aumenta em 30% a chance de infertilidade.
Risco do tabagismo na gestação
Durante a gestação, o tabagismo afeta todo o organismo da mulher e principalmente o bebê. Ele é associado ao parto prematuro, baixo peso ao nascer, aborto espontâneo e até a morte súbita do recém-nascido.
O bebê também tem o desenvolvimento dos seus pulmões afetado pelo hábito da mãe de fumar. As alterações respiratórias aparecem logo na infância e o risco de doenças cardiovasculares na fase adulta aumenta.
A nicotina atravessa a barreira placentária e causa má oxigenação, comprometendo a nutrição e a formação do bebê.
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