Acidente vascular cerebral, derrame, isquemia cerebral — os nomes podem ser diferentes, mas todos eles se referem a um problema de saúde extremamente sério. AVC e infarto são as principais causas de morte no Brasil e no mundo. O mais triste é que, na maioria dos casos, ambos podem ser evitados.
Além de estar entre as principais causas de mortalidade, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) também incapacita um número muito grande de pessoas em idade economicamente ativa.
Estima-se que cerca de 70% das pessoas que sofrem um AVC não retornam ao trabalho. Além disso, a maioria dos acometidos perde a capacidade de realizar suas atividades diárias de forma independente. Se pensarmos que esse é um problema que atinge os pacientes cada vez mais cedo, percebe-se o grande impacto dele na sociedade.
Um estudo publicado no Journal of the American Heart Association (JAHA) destacou que apenas 10% dos casos de AVC ocorrem em pessoas jovens. Porém, o mesmo artigo científico chama a atenção para um aumento de 43,8% da incidência de AVC em pacientes de 25 a 44 anos durante o período compreendido entre 2000 e 2010.
Então, nos resta perguntar: como população, o que temos feito para adiantar a ocorrência de AVC e incapacitar um grupo de pessoas ainda tão jovens? Para respondermos essa pergunta, precisamos pensar nos fatores de risco para o acidente vascular cerebral e analisar como nosso estilo de vida tem contribuído para nos tornarmos alvo desse problema.
Quais são os fatores de risco para o acidente vascular cerebral?
Como você verá, na maioria das vezes os fatores que aumentam as chances de um acidente vascular cerebral são evitáveis. Veja quais são os principais:
1. Hipertensão arterial (pressão alta)
A hipertensão arterial é, sem dúvida, o principal fator causador do AVC. Isso acontece porque, como já explicamos aqui no site, ela provoca lesões nas paredes dos vasos sanguíneos. Com vasos mais estreitos, as chances de acumular placas de gordura e gerar obstruções aumentam. O sangue é impedido de fluir de maneira adequada.
É importante lembrar que, entre os brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial, apenas 20% fazem o tratamento adequado para mantê-la sob controle. Como essa é uma doença crônica que pode permanecer assintomática por muito tempo, seu cuidado é negligenciado.
Estudos mostram que a redução de apenas 20mmHg na pressão sistólica é capaz de produzir uma diminuição de 60% no risco de AVC em pessoas na faixa etária entre 50 e 70 anos. Após essa idade, a redução do risco é menor (50%), mas ainda assim bastante significativa.
Portanto, se você tem pressão alta, atenção! Esse é um alerta do seu organismo de que é preciso mudar alguns hábitos para evitar um derrame.
2. Sedentarismo
O segundo fator de risco para o AVC é o sedentarismo. Na verdade, quando passamos a estudar os problemas de saúde da vida moderna e as principais causas de morte, percebemos que tudo não passa de um grande círculo vicioso.
Afinal, a pessoa sedentária tende a ganhar peso ao longo do tempo. Também fica mais propensa à hipertensão arterial, ao diabetes e outras doenças crônicas. Aos poucos, a gordura começa a se acumular nas artérias, limitando a contração e relaxamento natural dos vasos sanguíneos. O resultado? Maiores chances de AVC.
3. Colesterol alto
Alguns tipos de colesterol, como o LDL, carregam as placas de gordura e depositam nos tecidos do corpo, como as artérias. Por isso, eles estão entre os grandes responsáveis pela aterosclerose e, consequentemente, pelo acidente vascular cerebral.
Neste ponto, nós vemos a falha em manter hábitos saudáveis em dois aspectos: a falta de exercício físico e alimentação inadequada. É preciso rever o cardápio e a rotina para eliminar esse fator de risco.
4. Obesidade
Voltamos mais uma vez à ideia do círculo vicioso. O aumento de peso não acontece de forma isolada. Ele é apenas um reflexo de hábitos alimentares e de vida que desencadeiam processos que contribuem para aumentar o risco de AVC.
A gordura não prejudica apenas a forma física e a aparência. Ela é uma usina que produz substâncias químicas. Essas, ao serem despejadas no organismo, causam danos às artérias, criando condições propícias para um AVC.
A obesidade também está bastante relacionada so surgimento do diabetes. Mais uma vez, a gordura da região abdominal é a vilã que contribui para o quadro de resistência à insulina, levando ao diagnóstico dessa doença.
5. Estresse
As emoções também têm um papel importante como fator de risco (ou de prevenção) do AVC. Quando o indivíduo vive em estado de estresse, depressão ou ansiedade, ocorre um aumento na produção de glóbulos brancos.
Embora essas células de defesa sejam importantíssimas para o organismo, sua presença em excesso prejudica a circulação sanguínea. A partir daí, o corpo enfrenta um efeito em cascata, que pode levar a um AVC ou infarto.
6. Tabagismo e alcoolismo
Finalmente, vamos falar de dois fatores críticos para aumentar as chances de um AVC. Tabagismo e alcoolismo, além de prejudicarem uma série de órgãos do corpo, também são potencializadores de outros problemas que causam o acidente vascular cerebral.
Sabe-se que o cigarro estreita os vasos sanguíneos e causa lesões na camada interna dos vasos. Dessa forma, ele não só torna a estrutura desses vasos menos resistente, como favorece o acúmulo das placas de gordura.
O álcool, embora provoque o relaxamento dos vasos quando consumido em doses mínimas, também enrijece e estreita essas estruturas quando ingerido em excesso.
Agora você já sabe quais são os principais fatores de risco para o AVC. Quantos deles fazem parte da sua vida? Que tal mudar seus hábitos e reverter esse quadro, evitando não só o derrame, mas outras doenças crônicas como o diabetes, câncer e outros diagnósticos tão comuns?
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