O ronco não é um problema apenas para quem dorme com você! Descubra como ele tem relação com outros problemas do sono e com o sobrepeso.
Definitivamente, pode não ser fácil dormir com alguém que ronca. Porém, muito mais do que um problema para o casamento, o ato de roncar alerta para alguns aspectos relacionados à nossa saúde.
Então, se as noites têm sido difíceis por aí, você não pode perder este artigo. Você vai descobrir tudo sobre o ronco.
Por que o ronco acontece?
Naturalmente, o ar entra e sai do nosso organismo por meio do nariz. Porém, não é incomum nós respirarmos pela boca no momento em que as narinas estão entupidas, por exemplo.
O ronco acontece quando o fluxo de ar está parcialmente bloqueado tanto no nariz quanto na garganta (nossas vias aéreas) durante o sono.
Então, ao passar por esses locais parcialmente bloqueados, o ar faz com que os tecidos que estão à volta vibrem, produzindo um som característico. Trata-se do ronco.
Quais são as causas do ronco?
Diversos motivos podem fazer uma pessoa ter um bloqueio parcial na respiração, causando o ronco. Conheça as principais:
Relaxamento dos músculos da garganta e boca
Você certamente já percebeu que, quando uma pessoa dorme, seus músculos relaxam. Isso não se restringe às pernas, braços, pescoço etc.
Os músculos da base da língua, amídalas, palato mole e úvula também relaxam, obstruindo parcialmente as vias aéreas e provocando o ronco.
Anatomia da boca
Algumas pessoas possuem alterações anatômicas na boca. Muitas vezes, essas alterações são visualmente imperceptíveis, porque se tratam de estruturas internas.
Entre essas alterações, podemos destacar amígdalas grandes, palato mole e grosso, o que estreita as vias aéreas e aumenta a chance de obstrução.
Em outros casos, a pessoa tem um comprimento de freio lingual (uma espécie de “corda” que puxa a língua na direção do assoalho da boca) menor, fazendo com que a língua obstrua a via aérea.
Existem também indivíduos em que a retração do queixo contribui para o ronco. Portanto, como você pode perceber, são alterações bastante diversas.
Inclusive, em alguns desses casos, pode ser necessário fazer uma cirurgia ortognática para puxar o queixo para a frente, permitindo um aumento do espaço para a passagem do ar.
Obstrução nasal
A obstrução nasal pode acontecer de forma temporária, como quando a pessoa tem uma gripe muito forte ou uma alergia.
Outras vezes, o problema é permanente, como nos casos de septo desviado ou pólipos nasais, prejudicando a passagem do ar.
Portanto, em cada uma dessas situações, a abordagem do problema é diferente, de acordo com as causas apresentadas.
Ronco por sobrepeso
O acúmulo de gordura, especialmente ao redor do pescoço, também exerce pressão sobre as vias aéreas. Portanto, ela gera uma obstrução e leva ao ronco.
Porém, engana-se quem pensa que esse é um mecanismo assim tão simples, que gera o ronco e nada mais. Existe um reflexo importante sobre a respiração.
Enquanto a gordura do pescoço diminui o espaço para a passagem do ar, a gordura abdominal aumenta a pressão sobre a barriga e reduz o espaço para o pulmão se expandir.
Além disso, muitas vezes, o ronco é um sintoma de um problema maior: a apneia do sono.
A apneia do sono diminui o metabolismo de gordura, gerando um círculo vicioso entre os dois problemas ― quem ronca mais tem dificuldade para emagrecer e quem engorda, ronca mais.
Também não podemos nos esquecer que, ao prejudicar a qualidade do sono, a pessoa depois se sente menos disposta a praticar atividades físicas. O desequilíbrio hormonal resultante também aumenta a fome.
Portanto, a combinação entre ronco e sobrepeso não deve ser ignorada para o bem da nossa saúde global.
Posição ao dormir
Dormir com a barriga para cima também contribui para que a pessoa ronque. Afinal, isso faz com que a língua, relaxada durante o sono, se mova para trás, bloqueando parcialmente a passagem do ar.
Uso de álcool e relaxantes musculares
O uso de álcool deixa os músculos ainda mais relaxados durante o sono, especialmente quando falamos dos músculos da garganta. Portanto, ele aumenta a probabilidade de uma pessoa roncar.
Relaxantes musculares também produzem esse efeito. Então, além do cuidado ao utilizá-los, fique atento às reações posteriores.
Apneia obstrutiva do sono
A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma condição séria na qual ocorre o bloqueio completo das vias respiratórias enquanto o indivíduo dorme, fazendo com que sua respiração seja brevemente interrompida.
O ronco é o sintoma mais frequente da AOS. Porém, isso não significa que todas as pessoas que roncam têm apneia do sono.
Normalmente, quem possui AOS ronca em um volume mais alto e de forma irregular. São comuns as pausas seguidas por sons de engasgo ou asfixia quando a respiração recomeça.
O problema fica ainda mais evidente quando, além do ronco, a pessoa sente sonolência excessiva durante o dia, fadiga crônica, dificuldade de concentração, despertar noturno frequente, sensação de asfixia durante o sono ou cefaleia matinal.
Portanto, se o seu parceiro anda incomodado com o ronco ou você mesmo acorda sufocado, cansado, com a sensação de fadiga, vá ao médico e investigue o problema.
Hábitos não saudáveis
Alguns hábitos irritam o revestimento da garganta e do nariz, causando inchaço. Consequentemente, o espaço para a passagem do ar diminui, causando o ronco. Um exemplo é o tabagismo.
Alterações hormonais
Tanto durante a gravidez quanto na menopausa, a mulher sofre uma série de alterações hormonais. Esse desequilíbrio pode alterar a musculatura das vias aéreas, produzindo as condições ideais para o surgimento do ronco.
Como solucionar o problema do ronco?
As medidas para solucionar o problema são diversas e a seleção depende da identificação das causas.
Portanto, em muitos casos, a redução no consumo de álcool e sedativos, abandono de cigarros, bem como a perda de peso, são suficientes para que o indivíduo elimine o ronco.
No entanto, existem outras situações em que é necessário eliminar a obstrução nasal.
Em alguns pacientes, pode ser necessário utilizar dispositivos como o DAM, que promove o avanço da mandíbula inferior, ou o CPAP, que fornece um fluxo contínuo de ar através de uma máscara.
Finalmente, existem casos que exigem intervenções cirúrgicas como a uvulopalatofaringoplastia, o avanço maxilomandibular, genioglossectomia e implantes inseridos no palato mole para prevenir a vibração.
Agora você já sabe quais são as causas do ronco. Acompanhe outros conteúdos de saúde em nosso Instagram.
