Você sente a barriga estufada com frequência? Descubra quais são as possíveis causas para este problema e, desta forma, descubra como revertê-lo.
Os problemas no intestino atingem um a cada cinco adultos em todo o mundo. Embora esta seja uma das principais causas para a barriga estufada, ela não é a única.
Por isso, é possível que, em algum momento da vida, você tenha tentado mudar sua alimentação para resolver este incômodo: comer ameixa, incluir mais fibras na dieta, beber água…
Porém, como o problema pode ser causado por uma série de fatores — às vezes, até mesmo de forma combinada — a solução pode exigir uma avaliação mais detalhada.
Neste post, nós vamos falar sobre algumas das causas da barriga estufada ou inchada, bem como alternativas de tratamento.
Portanto, continue a leitura para saber mais!
Quais são as principais causas da barriga estufada?
Distúrbios digestivos
Quando falamos em sistema digestivo (ou digestório), muitas pessoas pensam apenas no estômago. No entanto, o sistema digestório é um dos mais complexos do corpo e possui cerca de 9 órgãos.
Portanto, da boca até o ânus, literalmente, você tem diversos órgãos que fazem parte deste sistema: esôfago, estômago, intestino (delgado e grosso), fígado, pâncreas, vesícula biliar, reto…
Distúrbios neste sistema, especialmente no intestino, estão entre as causas mais comuns de barriga estufada.
Condições como síndrome do intestino irritável (SII), doença celíaca, intolerância à lactose, ou sensibilidade a outros alimentos podem levar a uma distensão abdominal.
Esses problemas causam uma má absorção de certos nutrientes ou reações adversas. Assim, a pessoa tem, como resultado dessas doenças e síndromes, gases, inchaço e desconforto abdominal.
Hábitos alimentares
Os hábitos alimentares desempenham um papel crucial na saúde digestiva. Isso se refere tanto à escolha e combinação dos alimentos quanto ao próprio ato de comer.
Bebidas carbonatadas, por exemplo, contribuem para a formação de gases e inchaço abdominal. Misturar frutas com verduras e outros elementos da refeição, como arroz e feijão, também não é uma boa ideia.
No processo de digestão, as frutas passam por uma transformação rápida enquanto estão no estômago e já estão prontas para seguirem fumo ao intestino.
Porém, quando misturamos as frutas com outros alimentos que possuem digestão mais lenta no estômago, elas também permanecem ali por mais tempo.
Devido a isso, elas começam a fermentar. Assim, a pessoa pode ter sintomas como azia, mal-estar e barriga estufada.
Outros alimentos que tendem a provocar gases e deixar a barriga estufada são os ricos em gordura ou ultraprocessados. É prudente evitá-los por vários motivos, e esse desconforto abdominal é um deles.
Não podemos nos esquecer, ainda, do próprio ato de comer. Algumas pessoas engolem bastante ar ao se alimentarem. Este fenômeno, inclusive, recebe até um nome — serofagia.
Comer rápido, falar muito enquanto come, mascar chicletes, chupar doces duros, beber líquidos com canudo, estresse e ansiedade são alguns dos fatores que promovem a serofagia e contribuem para deixar a barriga estufada.
Alterações hormonais
Alterações hormonais, especialmente em mulheres, podem deixar a barriga estufada. Veja alguns exemplos a seguir:
Ciclo menstrual
Durante o ciclo menstrual, especialmente na fase pré-menstrual (fase lútea), as mulheres frequentemente experimentam inchaço abdominal. Isso se deve a variações nos níveis de estrogênio e progesterona.
Quando os níveis de progesterona aumentam, pode ocorrer uma desaceleração do sistema digestivo. Assim, a mulher frequentemente tem constipação e retenção de gases neste período.
Além disso, as alterações nos níveis de estrogênio podem influenciar a retenção de líquidos, aumentando ainda mais a sensação de inchaço.
Gravidez
Na gravidez, além do crescimento do bebê, a mulher pode ter um estufamento abdominal. Mais uma vez, ocorre uma elevação no nível de alguns hormônios, como a progesterona.
A progesterona relaxa os músculos do corpo, incluindo os do sistema digestivo. Portanto, a musculatura lisa do intestino (músculos que se movem automaticamente) se contraem mais devagar e com menos força, ou seja, reduz a eficiência do peristaltismo.
O peristaltismo é a contração (ou movimentação) coordenada de músculos de órgãos do trato gastrointestinal. Essas movimentações empurram o alimento ao longo do esôfago, estômago e intestino, fazendo com que ele passe por todas as etapas da digestão.
Assim, se os hormônios que inundam o corpo da mulher durante a gravidez reduzem a velocidade e a força desses movimentos peristálticos, o alimento fica por um tempo maior no trato gastrointestinal, o que gera gases, constipação e barriga estufada.
Além disso, conforme o bebê cresce, ele ocupa cada vez mais espaço no abdômen. Ele pressiona os órgãos à sua volta, dificulta ainda mais esse processo de digestão e ainda aumenta a sensação de estufamento.
Menopausa
A menopausa é mais um dos muitos turbilhões hormonais que ocorrem ao longo da vida da mulher. Nesta etapa, essas mudanças hormonais podem afetar o funcionamento do sistema digestivo, resultando em inchaço e desconforto abdominal.
Sedentarismo
A falta de atividade física regular, pode contribuir para o estufamento da barriga de várias maneiras, principalmente afetando a digestão e o metabolismo.
O exercício ajuda a estimular o trânsito intestinal. Por outro lado, o estilo de vida sedentário torna o sistema digestivo ainda mais lento.
O resultado é um atraso na digestão e movimento dos alimentos através do trato gastrointestinal. Isso pode causar inchaço e desconforto abdominal, além de aumentar a retenção de gases.
O sedentarismo também afeta o metabolismo do corpo. Um metabolismo mais lento pode levar ao ganho de peso e ao aumento da gordura corporal, inclusive na região abdominal.
Esse acúmulo de gordura abdominal também pode contribuir para a sensação de uma barriga estufada, além de estar associada a vários problemas de saúde.
Condições médicas
Algumas condições médicas mais graves também podem causar barriga estufada. Estas incluem a doença inflamatória intestinal (como a doença de Crohn ou colite ulcerativa), infecções gastrointestinais, obstruções intestinais, e até mesmo alguns tipos de câncer.
Os dados referentes a algumas condições médicas que afetam especificamente os intestinos são assustadores:
- entre 20 e 30% dos brasileiros sofrem com constipação intestinal;
- 67% das brasileiras relatam algum problema intestinal;
- doenças inflamatórias intestinais crescem quase 15% o ano.
Essas condições geralmente apresentam outros sintomas significativos e requerem atenção médica imediata.
Estresse e ansiedade
Finalmente, o estresse e a ansiedade também podem afetar o sistema digestivo de várias maneiras. O estresse, por exemplo, pode causar uma maior ingestão de ar (aerofagia) e alterar o funcionamento do sistema gastrointestinal, levando a uma barriga mais estufada e desconforto abdominal.
Para acabar com a barriga estufada, é preciso solucionar a causa do problema. Portanto, se você não apresenta uma condição muito séria de saúde, como a síndrome do intestino irritável, doença de Crohn ou até mesmo indícios de um tumor no sistema gastrointestinal, comece fazendo mudanças simples.
Procure colocar atividade física na sua rotina, reduza a quantidade de alimentos industrializados e acrescente fibras à sua dieta, tome muita água e mastigue com calma.
Na persistência dos sintomas, procure um médico para fazer exames e identificar a causa. Pode haver alguma alteração hormonal, como você viu, ou até mesmo inflamações silenciosas que prejudicam a digestão completa.
De qualquer forma, em todos os casos, a restauração da saúde passa por uma mudança no estilo de vida.
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