1 em cada 13 mortes de brasileiros ocorre devido ao acidente vascular cerebral. O problema, conhecido popularmente como derrame, é a segunda principal causa de morte em nosso país e também no mundo. São mais de 100 mil óbitos registrados no Brasil a cada ano.
Apesar da gravidade do problema, nem sempre vemos ações impactantes para conscientizar as pessoas sobre a importância de preveni-lo. Por isso, neste artigo começaremos uma série de publicações que falarão sobre os tipos de AVC, o impacto que eles geram na vida dos pacientes e como evitá-lo.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura!
O que é um acidente vascular cerebral?
A pessoa sofre um acidente vascular cerebral quando o fluxo sanguíneo no cérebro (ou parte dele) é interrompida abruptamente. Então, as células do cérebro deixam de receber sangue e, consequentemente, oxigênio. Nessas condições, elas morrem, causando prejuízos funcionais e problemas cognitivos ao paciente, ou até mesmo sua morte.
Quais são os tipos de AVC?
Existem dois tipos de acidente vascular cerebral. No AVC isquêmico, o fluxo sanguíneo é bloqueado por alguma obstrução nos vasos sanguíneos do cérebro. O AVC isquêmico atinge entre 80% e 85% dos pacientes.
O outro tipo de AVC é o hemorrágico, que acontece em 15 a 20% dos casos. A diferença entre eles é que o vaso sanguíneo do cérebro se rompe espontaneamente, causando um “derrame”.
Qual é a incidência do acidente vascular cerebral?
No Brasil, pelo menos 185 mil pessoas sofrem derrames a cada ano. Considerando o fato de que mais 100 mil pessoas morrem, percebe-se que o problema é grave. Menos da metade dos acometidos consegue se recuperar.
O AVC é um problema mais comum entre os idosos, que são vítimas em 90% dos casos. Porém, esse é um quadro que está mudando. Um estudo americano publicado no Journal of the American Heart Association demonstrou que estamos adiantando esse problema.
Segundo a publicação, entre os anos de 2000 e 2010 houve um aumento de 43,8% nos casos de AVC em pacientes de 25 a 44 anos. Na Dinamarca, estudos chegaram a uma conclusão parecida. As internações de pessoas entre 15 e 30 anos por AVC aumentaram 40% nos anos 1994 a 2012.
Números semelhantes foram verificados na França e Suécia, demonstrando uma tendência importante e à qual precisamos ficar atentos.
Qual é impacto da alta incidência de AVCs?
O impacto menos desejado, com certeza, é a morte. Por isso, é lamentável que, independentemente da idade, tantas pessoas venham a óbito anualmente devido a esse problema.
Porém, além dos óbitos, especialistas alertam para o fato de que o aumento de AVC em pessoas mais jovens traz um grande impacto familiar e econômico.
Estima-se que cerca de 70% dos pacientes acometidos por AVC não voltam ao trabalho. Quando isso acontece na faixa da população economicamente ativa, ocorrem alguns efeitos em cascata.
Além de não conseguir mais contribuir para a renda familiar, o paciente com sequelas moderadas ou graves (mais da metade dos atingidos) ainda passa a depender dos outros para realizar as tarefas diárias. Assim, outras pessoas da família também deixam de trabalhar ou estudar para cuidar do doente.
É fundamental destacar, ainda, que uma das consequências do acidente vascular cerebral tende a ser mais perigosa para jovens. Na fase aguda do AVC, o cérebro apresenta edema, que é um inchaço. Nos pacientes com menos idade, há pouco espaço dentro do crânio. A pressão intracraniana se torna muito alta, o que pode trazer sequelas bastante sérias.
No idoso, esse risco é menor. Naturalmente, ao longo dos anos, o volume do cérebro diminui. Portanto, mesmo que ele inche durante um AVC, a caixa craniana tem um pouco mais de espaço disponível, o que produz menos lesões devido ao inchaço.
Como minimizar os impactos de um AVC?
Os impactos de um AVC dependem de uma série de fatores, sendo que os principais são sua extensão no cérebro e também a área específica que foi lesada. Quanto mais regiões do cérebro tiverem ficado sem oxigênio durante aquele período, piores são as sequelas e o risco de morte.
Embora esse fator não possa ser controlado, existem outros que podem contribuir para que o paciente tenha chances maiores de recuperação. Veja quais são esses fatores:
Tempo de atendimento
Aos primeiros sinais de AVC, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao hospital. Sem o abastecimento de oxigênio adequado, cerca de 120 milhões de células cerebrais morrem a cada hora. Por isso, não se deve esperar os sintomas passarem. A demora acima de 3 horas após o surgimento dos sintomas eleva o risco de danos posteriores.
Quando está sofrendo o AVC, o paciente nem sempre percebe o que está acontecendo ou não tem condições de buscar socorro sozinho. Por esse motivo, é importante que todos conheçam os sintomas de AVC e consigam identificá-los para providenciar socorro para alguém nessa situação.
Acompanhamento pós-AVC
Os três primeiros meses após o AVC também são extremamente importantes. Nesse período, o cérebro ainda consegue aprender com mais facilidade. Algumas áreas são capazes de assumir atividades realizadas por outras que foram danificadas pela falta de oxigênio.
Portanto, é importante que o paciente tenha o acompanhamento de uma equipe especializada em reabilitação. Se existe alguma possibilidade de recuperar determinadas funções, esse momento é crucial para proporcionar os estímulos que o cérebro precisa para reverter alguns danos.
Adoção de um estilo de vida saudável
Um em cada quatro pacientes que sofre um derrame tem um novo AVC. A única maneira de prevenir essa reincidência é com a mudança de hábitos. Sobreviver a um acidente vascular cerebral é ganhar de presente uma nova vida. Para não desperdiçá-la, é preciso eliminar ou reduzir ao máximo os fatores de risco.
Quais são os sinais ou sintomas de um AVC?
Os sintomas de um AVC são:
- fraqueza de um lado do corpo;
- sensação de formigamento ou perda da sensibilidade de um lado do corpo;
- alterações motoras, não conseguir fazer os movimentos que deseja;
- enfraquecimento ou paralisia de um lado da face, braço, perna ou um lado inteiro do corpo;
- tontura sem causa definida;
- desequilíbrio ou queda súbita ao andar, seguida de enfraquecimento, paralisia ou dormência de um lado do corpo;
- perda da assimetria do rosto, com uma parte torta, alterada, congelada;
- dificuldade para falar;
- dificuldade para entender o que os outros estão falando;
- dor de cabeça forte ou persistente;
- dificuldade para engolir;
- perda de visão ou visão turva, especialmente se for em um único olho;
- episódio de visão dupla ou de sombra na linha de visão;
- distúrbio sensitivo;
- alteração no nível de consciência;
- em alguns casos, crise convulsiva.
E se os sintomas passarem?
Em algumas pessoas, esses sintomas desaparecem espontaneamente depois de alguns minutos. Seu desaparecimento é melhor que um AVC, porém é um sinal de alerta e deve motivar o paciente a procurar atendimento neurológico com urgência.
A apresentação transitória desses sintomas é conhecida como Ataque Isquêmico Transitório (AIT). O AIT alerta que existe uma obstrução em vasos sanguíneos do cérebro e que o paciente corre o risco de ter um AVC nos dias seguintes. Portanto, trata-se de uma emergência que deve ser comunicada ao médico imediatamente.
Agora você já sabe quais são os tipos de AVC, suas consequências e sintomas. Quer acompanhar os próximos conteúdos a respeito desse assunto e descobrir como reduzir o risco de enfrentar esse problema? Siga nossas páginas no Facebook ou Instagram para não perder nenhuma novidade!