Você sabe o que são as Blue Zones? Já faz algum tempo que essas comunidades chamam a atenção de médicos e pesquisadores. O motivo do interesse é um só — a longevidade desses grupos.
O fato de essas pessoas viverem bem mais que a média mundial não é apenas uma curiosidade. Afinal, se entendermos o que essas comunidades têm em comum, poderemos finalmente descobrir o segredo da longevidade.
Ficou interessado? Então, continue a leitura do artigo e entenda o que nós podemos aprender até agora com quem descobriu como driblar o tempo e não só viver por muitas décadas, mas prolongar também sua autonomia e qualidade de vida. Confira!
O que são Blue Zones?
Blue Zones são regiões do planeta onde as pessoas têm uma expectativa de vida maior que a média mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde, essa média era de 72 anos em 2016. Nessas comunidades, existe uma concentração de idosos extremamente saudáveis e de centenários.
A expectativa de vida varia de acordo com a região do planeta. Geralmente, as populações com melhores condições de saúde e educação são também aquelas que vivem mais. Existem países onde essa média é de apenas 47 anos.
Enquanto isso, nas Blue Zones a longevidade da população ganha destaque. É comum encontrar pessoas centenárias, além de outros idosos com 80 ou 90 anos plenamente ativos. Eles não são afetados pelas doenças mais comuns nessa faixa etária, mantêm uma vida autônoma e tranquila.
Como você pode imaginar, essa não é uma situação tão comum. Por isso, nenhum país é considerado uma Blue Zone. Essa realidade é vista apenas em algumas comunidades ou, no máximo, em cidades e províncias.
Onde ficam localizadas as Blue Zones?
Existem cinco Blue Zones no mundo, de acordo com o levantamento publicado pela revista National Geographic:
Província de Nuoro, na Sardenha (Itália)
A população da província é bastante longeva, tanto que a maioria dos homens que vivem no local chega aos 100 anos de idade.
Okinawa (Japão)
A longevidade do povo japonês já é bastante conhecida. Porém, em Okinawa, ela supera a média do país. Existem muitos habitantes centenários. Além disso, eles estão menos sujeitos a problemas decorrentes do envelhecimento cognitivo, como as demências.
Nicoya (Costa Rica)
A comunidade de Nicoya, na Costa Rica, tem uma expectativa de vida surpreendente. As chances de um idoso chegar aos 100 anos nessa região é 7 vezes maior que a de um habitante do Japão, que já é um dos países mais longevod do mundo.
Ilha de Ikaria (Grécia)
Quando as pessoas acima dos 60 anos vivem livres de doenças crônicas, qual é o resultado? Elas chegam facilmente aos 90! É isso o que acontece na Ilha de Ikaria, onde 30% das pessoas atingem essa faixa etária.
Diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto, problemas cardiovasculares — essas doenças, tão comuns na terceira idade, não fazem parte do histórico clínico de um ikariano comum. Assim, eles se consolidam entre uma das Blue Zones do planeta.
Loma Linda (Estados Unidos)
Loma Linda é uma cidade que fica na Califórnia, Estados Unidos. A expectativa de vida de sua população excede em 10 anos à dos outros americanos. Eles não só vivem mais, mas são reconhecidos por terem uma saúde melhor.
O que aprendemos com as Blue Zones?
Mais importante que o conhecimento das Blue Zones é a identificação de fatores em comum. Afinal, quando entendermos como eles afetam nossa saúde e produzem longevidade, saberemos quais são os hábitos que precisamos manter para obter o mesmo resultado.
Até agora, os pesquisadores identificaram nove comportamentos observados em todas essas populações. Veja quais são eles:
1. Movimento
Em todas as comunidades pesquisadas, as pessoas não são sedentárias. Seja porque optaram pela prática de exercícios, como em Loma Linda, ou porque levam uma vida simples, elas se movimentam ao longo do dia.
Em algumas dessas regiões, existe pouco acesso à tecnologia. Por isso, as pessoas realizam esforços para completar suas tarefas domésticas e do trabalho, além de fazerem grande parte do deslocamento a pé.
2. Alimentação saudável
Devido à sua simplicidade, essas comunidades têm uma alimentação baseada em plantas. 95% de seu consumo diário vem de frutas, vegetais, legumes, oleaginosas, sementes e cereais. A carne não faz parte do cardápio habitual da maioria dessas pessoas.
3. Equilíbrio alimentar
Não basta comer os alimentos certos: é fundamental não exagerar nas quantidades. Por isso, entre essas populações existe um hábito, que é sair da mesa quanto atingem a saciedade, sem ultrapassar esse limite. A refeição deve produzir satisfação, mas não nos deixar com a sensação de empanturramento.
4. Alívio do estresse
Nas Blue Zones, as pessoas não vivem estressadas. Elas têm um ritmo de vida bem menos frenético que o das grandes cidades. Além disso, não é incomum algumas dessas comunidades terem um hábito interessante: uma breve soneca durante o dia.
Entre os adventistas de Loma Linda, além da valorização do equilíbrio entre o trabalho, tempo para a família e descanso, eles reservam um dia na semana para se desligarem de tarefas cotidianas e se dedicarem ao convívio ou atividades religiosas.
5. Convívio social
A vida social também é uma fonte importante de gratificação, que produz substâncias que fazem bem ao organismo. Entre essas populações, várias se destacam pelo senso de comunidade, apego à família e boa convivência.
6. Consumo de resveratrol
O resveratrol é uma substância presente nas uvas. Seus benefícios ao organismo, especialmente no que se refere à saúde cardiovascular, são conhecidos há bastante tempo.
Em algumas das Blue Zones, o consumo de resveratrol é cultural. Embora algumas dessas comunidades tenham o hábito de tomar vinho, outras utilizam o suco de uva que, além dos benefícios já mencionados, ainda evita problemas no fígado causados pelo álcool.
7. Fazem parte de grupos saudáveis
Especialistas em comportamento afirmam que somos uma média das pessoas com quem convivemos. Por isso, quando fazemos parte de grupos de pessoas com interesse em hábitos saudáveis, todos se beneficiam e se sentem motivados a comer bem, a praticar exercícios e assim por diante.
Em várias dessas Blue Zones, os hábitos saudáveis são uma questão cultural ou até mesmo imposta pelas limitações econômicas. Em Loma Linda, o grupo é motivado porque a religião predominante no local incentiva o cuidado com o corpo, por entender que ele é um templo vivo.
Portanto, se você também sente que precisa mudar seus hábitos e adotar um estilo de vida saudável, procurar um grupo que tem os mesmos interesses pode ser fundamental para ter sucesso nessa transformação.
8. Possuem em praticam algum tipo de religião
Esse é um ponto em comum bastante interessante. Nas Blue Zones, as diversas religiões desempenham uma parte importante da vida das pessoas. Existem estudos variados que mostram que a fé contribui para que as pessoas tenham mais saúde, e isso se confirma com a observação do comportamento dessas comunidades.
9. Possuem o senso de propósito
Finalmente, nas Blue Zones as pessoas entendem que suas vidas têm um propósito e elas buscam cumpri-lo por meio de seu apoio à família e à comunidade. Fazer o bem, saber que sua vida e seu trabalho beneficiam a humanidade também proporciona saúde.
Agora você já sabe o que são as Blue Zones e o que elas têm em comum: um estilo de vida saudável. E os seus hábitos, como estão? Eles estão promovendo a saúde ou convidando a doença? Clique no banner abaixo e faça o teste!
Muito bom o artigo! Esclarecedor.
Que bom que gostou, Soraia!
Muito bom.
Gostaria de saber mais sobre alimentação saudável, seria a mediterrânea?
Sou Profissional Educação Física, trabalho com clientes da terceira idade, importante trazer mais conhecimentos e poder ajuda-los da melhor maneira possível. Ótimo artigo.
Olá, Mirna!
A dieta mediterrânea tem uma série de vantagens em relação à alimentação moderna. Porém, aqui na Clínica, nós recomendamos a dieta vegetariana ou plant based, que além de ser ainda mais saudável, ainda é mais sustentável para o planeta.
Como faço para morar em uma BLUE zones?