Nós não temos como saber sua idade hoje. Porém, se você já passou dos 40 ou 50 anos, deve se lembrar que seus avós tinham um estilo de vida bem diferente do atual. Alimentação saudável e movimento faziam parte da rotina das pessoas, que não tinham acesso a determinadas comodidades e usavam uma quantidade muito maior de produtos naturais em seu cardápio.
E na atualidade, o que mudou? Em primeiro lugar, temos uma vida menos ativa. Geralmente, usamos carros e outros meios de transporte para o deslocamento. Nas atividades domésticas, uma série de equipamentos poupam-nos o esforço físico. Enfim, nos tornamos sedentários.
Nossa alimentação também mudou bastante. O cardápio da maioria das pessoas contém hoje uma série de produtos industrializados, com muitos ingredientes desconhecidos e prejudiciais em sua composição. Alimentos refinados (pão, arroz e macarrão brancos) formam a base alimentar. Sal, açúcar e gordura são utilizados em excesso. Até mesmo a água foi substituída por refrigerantes ou, na melhor das hipóteses, por sucos adoçados.
Quais são as consequências dessa mudança? O que você pode fazer para ter uma alimentação saudável e se livrar de doenças? É sobre isso que falaremos neste artigo. Então, continue a leitura e descubra como uma nutrição adequada pode ajudá-lo a viver mais e melhor!
O que é alimentação saudável?
De forma simples, podemos dizer que a alimentação saudável tem algumas características:
- proporciona todos os nutrientes (carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais) que o corpo precisa para funcionar bem;
- utiliza a melhor versão dos alimentos no que diz respeito ao seu nível de processamento e forma de preparo;
- reduz drasticamente ou elimina produtos que prejudicam a saúde.
Ao contrário do que as pessoas pensam, alimentar-se de forma saudável é muito mais fácil e barato do que utilizar os produtos convencionais. Um princípio simples é desembalar menos e descascar mais, ou seja, usar uma quantidade menor de produtos industrializados e restaurar o hábito de comer verduras e frutas in natura, por exemplo.
Por que é importante mudar hábitos alimentares?
Em outro artigo, já explicamos que as doenças que mais matam na atualidade são provocadas por um estilo de vida inadequado. Embora seja necessário lembrar que vários fatores concorrem para isso — sedentarismo, baixo consumo de água, falta de exposição à luz solar, redução nas horas de sono, estresse — a alimentação é um aspecto muito importante.
Em um estudo publicado no periódico The Lancet, os pesquisadores analisaram dados coletados em 195 países diferentes. Eles selecionaram 15 fatores de risco alimentar e estabeleceram a relação de causalidade entre os hábitos alimentares, mortes e anos de vida saudável perdidos*.
Entre esses 15 fatores de risco alimentar, podemos destacar o baixo consumo de alimentos como verduras, legumes, frutas, nozes e sementes. Por outro lado, eles analisaram também o aumento na ingestão de açúcar, carnes vermelhas, gordura trans, sódio, bebidas adoçadas como refrigerantes etc.
O estudo chegou à seguinte conclusão:
A falta de uma alimentação saudável causa ainda um grande impacto sobre a qualidade de vida das pessoas. Isso significa que, mesmo quando a morte não ocorre, aumentam a estimativa de anos vividos sob o sofrimento causado por uma série de doenças.
Como ter uma alimentação saudável?
Fazer do prato o seu principal aliado para uma boa saúde não é complicado. Exige mudança de hábitos e alterações no padrão de escolhas. No entanto, a decisão de adotar uma alimentação mais nutritiva é um investimento que traz uma série de retornos a curto e longo prazo. Veja como fazer isso!
1. Cor é vida!
Um dos princípios da alimentação saudável é um prato colorido. Por isso, divida-o em 4 partes. Em uma, coloque o carboidrato. Em outra, a proteína. As duas outras partes devem ser preenchidas com verduras e legumes de diversas cores. As tonalidades diferentes indicam que esses alimentos contêm nutrientes diversos, proporcionando tudo que seu corpo precisa para funcionar bem e se proteger das doenças.
2. Prefira os integrais
Os cereais integrais, além de preservarem vitaminas e minerais, são ricos em fibras. Portanto, eles favorecem o bom funcionamento do intestino, impactando toda a saúde. Pão integral, arroz integral, macarrão integral são excelentes aliados do organismo.
Para que você tenha uma ideia da importância desses alimentos, no estudo publicado pela The Lancet, os pesquisadores descobriram que 3 milhões de mortes ocorridas no ano de 2017 poderiam ser evitadas com o consumo adequado de grãos integrais.
Também é importante destacar que os carboidratos complexos — cereais integrais, batatas, inhames — são digeridos mais lentamente pelo organismo. Assim, além de proporcionarem saciedade por um período mais longo, eles não causam picos glicêmicos (aumento rápido do açúcar no sangue). Por isso, eles são essenciais para quem quer combater a obesidade.
3. Reduza a proteína animal
Um dos fatores de risco apontado pelo estudo é o alto consumo de carne vermelha e também de carnes processadas e embutidas. Não se pode negar que o leite, ovos e carnes são fontes de proteína. Porém, também é possível encontrar esse mesmo nutriente em alimentos vegetais, e com uma série de vantagens.
Quando a pessoa opta por uma alimentação variada e baseada em vegetais, ela consegue ingerir todos os aminoácidos necessários para suprir a proteína que o organismo precisa. Por outro lado, alimentos extremamente ricos em proteína, como as carnes, sobrecarregam o fígado e os rins.
Por isso, a proteína animal está associada ao risco de formação de cálculos ou pedras renais. O alto consumo também pode desencadear a perda de cálcio e problemas nos ossos. O índice de gordura da carne e derivados ainda prejudica o organismo de diversas formas, favorecendo o surgimento de doenças cardíacas, diabetes, AVC e até mesmo câncer.
Certamente, todas as pessoas são livres para decidirem o que colocam em seus pratos. No entanto, reduzir ou mesmo eliminar a proteína animal é uma escolha inteligente, que evita uma série de doenças e promove mais saúde e bem-estar. Em nosso Instagram, toda segunda-feira publicamos uma receita que utiliza vegetais para suprir suas necessidades de proteína. Siga o perfil para conferir!
4. Prefira a versão natural dos alimentos
No dia a dia, modificamos uma série de alimentos para consumo. Cozinhamos, fritamos, fazemos o suco, adicionamos sal, açúcar, gorduras… Porém, embora alguns vegetais realmente precisem de cozimento, o ideal é utilizá-los em sua forma natural, sempre que possível.
Não estamos dizendo que você não deveria cozinhar o arroz, o feijão, a batata ou outros alimentos. No entanto, é importante evitar colocar muito sal ou adoçar os alimentos. Só sentimos falta desses sabores porque passamos anos sendo condicionados a consumi-los de outra maneira, mas é possível reeducar nossos hábitos e deixar de adicionar esses ingredientes aos pratos.
5. Consuma frutas e verduras
As frutas e verduras são ricas em vitaminas e minerais essenciais para o organismo. Elas ativam e regulam o metabolismo, além de conterem fibras.
As fibras são as partes não digeríveis dos alimentos, a celulose que os vegetais contêm e que não é aproveitada pelo nosso corpo. Depois do processo de digestão, elas são eliminadas pelo organismo. Mas se não são digeridas, por que as fibras são tão importantes?
Na verdade, justamente por não serem digeridas, as fibras são conduzidas e atravessam todo o sistema digestório. Nesse deslocamento, elas estimulam as paredes intestinais e empurram resíduos, promovendo a limpeza do organismo e solucionando o problema da prisão de ventre.
As fibras são tão importantes que a falta de consumo está associada ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, especialmente os de cólon e reto. Sem o estímulo ao intestino, as fezes ficam muito tempo em contato com as paredes desses órgãos, provocado irritações crônicas que facilitam o aparecimento da doença.
Esses são os princípios básicos para uma alimentação saudável. Esperamos que esse conteúdo tenha ajudado você a identificar hábitos que pode mudar para aumentar seus níveis de energia e bem-estar.
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* A expressão “anos de vida saudável perdidos” é uma tradução livre do conceito de DALY (Disability-Adjusted Life Year).
Essa é uma métrica utilizada pela Organização Mundial da Saúde para calcular a lacuna que existe entre o estado atual de saúde da população e a condição ideal de saúde.
Portanto, essa métrica cria uma estimativa de quanto tempo a população consegue viver até uma idade avançada sem ser atingida por doenças e incapacidades.
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Olá, Maria Heliene!
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Quero receita pra artrites por favor
Olá
Gostaria de saber o que utilizamos no lugar do sal e do açúcar, realmente é mais um vilão na minha dieta, não consigo ficar sem o doce.
Obrigada.