Quantas vezes você já pegou gripe ao longo da vida? Até antes da pandemia de COVID-19, era bastante comum as pessoas relatarem sintomas como febre, coriza, nariz entupido, garganta inflamada, dores no corpo e cabeça, entre outros.
O conjunto de sintomas levava a uma conclusão: estou gripado! Este quadro ocorria duas, três, quatro vezes a cada ano e, a menos que se tornasse muito grave, não sera motivo sequer para ausência ao trabalho.
No entanto, passamos quase dois anos praticamente confinados em casa. Muitas pessoas deixaram de trabalhar em escritórios, indústrias e de frequentar supermercado e igrejas. As aglomerações em ambientes fechados se tornaram bem menos frequentes.
Agora, que a vida praticamente volta ao normal, nos deparamos com uma nova ameaça — surtos ou epidemias de gripe. Como podemos evitá-los? Será que nos tornamos mais vulneráveis a esses vírus? Continue a leitura para entender melhor!
O que causa a gripe?
As gripes que nós conhecemos são causadas por uma série de vírus da família Influenza. Esses vírus possuem uma capacidade de mutação muito maior que a do SARS-CoV-2, ou seja, o coronavírus.
Por isso, sempre surgem vírus um pouco diferentes dos anteriores. Eles não são iguais, mas são semelhantes em muitos aspectos. Por isso, o nosso sistema imunológico nem sempre está 100% preparado para combatê-los, mas ainda assim está mais preparado do que estaria para um vírus completamente novo.
Existem quatro tipos de vírus Influenza: A, B, C e D. Essa classificação se divide ainda em mais de 20 subtipos diferentes. Apesar de tantos vírus diferentes, todos os anos as pessoas costumam pegar gripes devido a variantes de três tipos principais — o H1N1, o H3N2 e o Influenza B.
Porém, nem sempre estamos realmente gripados, mesmo quando temos esses sintomas. Você se lembra da última gripe forte que você teve? Provavelmente, ela também foi a última gripe de verdade.
Um estudo divulgado em 2015 encontrou evidências de que um adulto pega gripe, em média, a cada cinco anos. Das outras vezes que ficamos doentes, geralmente se trata de um resfriado, causado por outra família de vírus — os rinovírus.
Como o corpo reage à gripe?
Quando o nosso organismo se depara com um vírus que ele já conhece, ele já tem uma resposta pronta em nosso sistema de defesa. Portanto, ele neutraliza aquele agente causador de doença.
Já um novo vírus, ou uma nova variante do mesmo vírus, não foi ainda reconhecida pelo organismo, que não desenvolveu uma resposta imunológica. Como resultado, a pessoa fica doente até que o vírus complete seu ciclo e desenvolva o mecanismo de defesa.
É válido destacar que a intensidade dos sintomas e a gravidade da doença depende de vários fatores. Existem vírus mais ou menos transmissíveis e igualmente mais ou menos letais. No entanto, a capacidade de resposta imunológica do indivíduo também interfere nesse prognóstico.
Como em muitos outros vírus, a gripe é mais perigosas para idosos, crianças e pessoas com comorbidades. Portanto, são grupos mais vulneráveis a qualquer doença.
Por que existem tantos casos de gripe agora?
Esses tipos de vírus Influenza desenvolveram variações ao longo dos últimos dois anos. Agora, que estamos voltando a conviver de maneira mais intensa, estamos nos expondo a eles e ainda não temos uma resposta imunológica pronta.
O surto que está ocorrendo agora em muitas cidades do Brasil é uma variante do H3N2. Lembramos que isso acontece praticamente todos os anos. Porém, desta vez, a diferença está no período do ano em que essas contaminações estão ocorrendo.
Geralmente, os surtos de gripe começam em abril e se estendem até agosto, que é o período correspondente ao inverno nas regiões Sul, Sudeste e até mesmo Centro-Oeste. Neste ano, estamos enfrentando esta contaminação no final do ano.
Anualmente, as vacinas contra a gripe são atualizadas. No Hemisfério Sul, que é onde o Brasil se localiza, essa atualização acontece no mês de setembro. Porém, esta nova variante surgiu no Hemisfério Norte e a atualização da vacina deverá acontecer apenas em fevereiro de 2022.
Como evitar o contágio pela gripe?
O contato com o vírus, pelo menos em algum momento, é praticamente inevitável. Ele pode estar presente no transporte público, em locais que reúnem pessoas — supermercados, igrejas, escolas, escritórios. Ou seja, em todos os ambientes em que vivemos.
Como você se lembra, até pouco tempo atrás entendíamos que este contágio era uma situação comum. Embora a gripe afetasse a nossa vida por algum tempo, em poucos casos ela nos impedia de ter uma vida normal ou recuperar nossas atividades em alguns dias.
O que podemos fazer, então? Fortalecer a nossa imunidade. E como isso é possível?
1. Alimente-se bem
Existem alimentos que aumentam a imunidade e fortalecem as células de defesa. Outros, por sua vez, têm o efeito contrário e causam ainda mais agressões ao organismo. Esse é o caso do açúcar, por exemplo, que tem um efeito terrível sobre a imunidade.
Ao consumir muitas verduras e frutas de todas as cores, você proporcionará ao seu organismo micronutrientes fundamentais para fortalecer seu sistema imunológico. Inclua-os em seu cardápio.
2. Exponha-se ao sol
A vitamina D atua no sistema respiratório, combatendo as infecções. Além disso, ela melhora o funcionamento do sistema imunológico, tornando a ação das células de defesa mais eficaz.
3. Mexa-se!
Não existem estudos que mostram uma correlação direta entre exercícios e fortalecimento do sistema imunológico. Porém, várias pesquisas mostram que as pessoas fisicamente ativas têm uma resposta imunológica melhor.
Um estudo demonstrou que apenas 50% dos idosos que se vacinam contra a gripe ficam realmente imunizados. E como nós já dissemos, a gripe é especialmente perigosa para pessoas nesta faixa etária.
Por outro lado, quando os idosos praticam exercícios físicos, 90% deles ficam imunizados contra a doença. Portanto, embora os mecanismos não sejam claros, o fato é que mexer o corpo mantém a gripe afastada.
Outro ponto importante é a prevenção ao agravamento da gripe. Idosos ativos ficam menos sujeitos às doenças crônicas. Consequentemente, as chances de desenvolverem complicações se tornam menores.
4. Durma bem
A privação de sono afeta negativamente a imunidade. As células de defesa se tornam mais lentas, chegando a uma redução de até 80% na velocidade de resposta. Assim, o organismo não consegue se defender das infeções no momento adequado.
A falta de sono causa ainda uma redução no número de linfócitos T, moléculas e receptores que participam da identificação e expulsão de corpos estranhos. Portanto, durma bem para ter uma defesa forte.
5. Não agrida seu organismo
Conscientemente, a maioria das pessoas não agride o próprio organismo. Porém, nós fazemos isso através de hábitos culturalmente aceitos, como o consumo de cigarros, álcool, alimentos ultraprocessados e açúcar, entre outros produtos nocivos à saúde.
6. Descanse
Um dos principais fatores que deprimem o sistema imunológico é o estresse. Portanto, para ter uma vida saudável, equilibre as diferentes áreas da sua vida e desenvolva mecanismos para enfrentá-lo e canalizá-lo para que não prejudique sua saúde.
7. Mantenha os ambientes arejados
Caso precise ficar em um ambiente fechado, como um escritório, procure manter as janelas abertas para permitir a circulação de ar e, se possível, a entrada do sol.
Agora você já sabe por que o surto de gripe está atingindo tantas pessoas. Quer aprender a melhorar sua imunidade? Assine a nossa newsletter e descubra como hábitos saudáveis podem tornar seu organismo mais forte.