Chegamos ao mês de março! Com ele, comemoramos uma data muito especial: o Dia Internacional da Mulher. A cada ano que passa, elas ocupam um espaço ainda mais relevante, se destacando no ambiente de trabalho e conquistando até mesmo posições políticas de grande responsabilidade.
Porém, tão importante quanto as realizações externas é o cuidado com a saúde da mulher. No Brasil, elas já vivem em média sete anos a mais que os homens. Mas não basta aumentar a expectativa de vida — é preciso garantir uma longevidade saudável.
Por uma série de razões, as mulheres vivem mais que os homens. Elas estão menos sujeitas a mortes violentas e acidentes causados por imprudência. Em países que se envolvem em guerras, elas não participam de situações com maior risco com tanta frequência.
Alguns estudos mostram que a genética pode favorecer a longevidade feminina. O estrogênio, que é um hormônio produzido em maior quantidade pelas mulheres, seria responsável por aumentar os telômeros (1) e, consequentemente, potencializar a expectativa de vida nesse grupo.
Também é atribuído ao estrogênio o efeito antioxidante. Portanto, ele combate o envelhecimento das células e sua consequente degeneração. Finalmente, ele facilita a eliminação do colesterol ruim, o que previne doenças cardiovasculares, que estão entre as principais causas de morte.
No entanto, existe um outro fator que contribui para a longevidade feminina: o autocuidado. As mulheres vão ao médico com maior frequência, o que ajuda a descobrir eventuais problemas e a tratá-los desde o início. Elas recorrem aos serviços de saúde assim que percebem os primeiros sintomas, enquanto os homens tendem a adiar essa consulta.
Os resultados mostram que elas estão certíssimas. O acompanhamento médico é fundamental. Por isso, neste artigo, vamos falar sobre os exames preventivos que detectam os principais problemas que afetam a saúde da mulher. Confira!
Saúde da mulher: exames de rotina
É importante destacar que, embora esses sejam os exames preventivos mais comuns, a lista solicitada pelo médico pode ser diferente. Afinal, além das recomendações básicas, o profissional considerará seu estado de saúde e também o histórico clínico familiar e individual.
Provavelmente os seguintes procedimentos serão solicitados:
1. Exame ginecológico
Na consulta ginecológica, o médico tem a oportunidade de conversar com a paciente e conhecer melhor sua rotina, sintomas ou desconfortos realizados à saúde geral e aos órgãos genitais, histórico clínico individual e familiar, bem como sua satisfação ou insatisfação com a vida sexual.
No consultório, o médico ainda realiza o exame clínico. Ele observará a vulva, a vagina e o colo do útero da paciente. Também é comum pressionar a parte de baixo do abdômen para identificar dores e apalpar as mamas para detectar alterações.
Depois de uma longa conversa, o médico indicará os exames complementares que devem ser feitos pela paciente. Se a mulher não tiver resultados de procedimentos laboratoriais recentes, como o hemograma, é possível que o ginecologista solicite esses exames também. Além disso, ele geralmente recomenda os exames preventivos a seguir.
2. Exame de Papanicolaou
A colpocitologia oncótica, também conhecida como exame ou teste de Papanicolaou, é a análise de células extraídas do colo uterino. As células que descamam desse tecido podem ser coletadas em um laboratório ou no próprio consultório médico, que geralmente utiliza uma espátula de madeira para isso.
A seguir, as células são depositadas em uma lâmina, onde são fixadas com um líquido. No laboratório, a análise dessas células mostra se o tecido do colo do útero está normal ou se existem indícios do desenvolvimento de tumores nessa região. Atualmente, esse exame também revela a presença do vírus do papiloma humano (HPV).
Como qualquer exame, o Papanicolaou não impede o surgimento de doenças. Porém, ele permite que os tumores sejam descobertos em uma fase muito precoce. Com o tratamento rápido e adequado, aumentam as chances de cura de um eventual câncer, especialmente no colo do útero.
O Papanicolaou deve ser feito no máximo a cada três anos. Seria ainda melhor se todas as mulheres pudessem fazê-lo anualmente, mas infelizmente uma parte considerável da população não tem acesso ao procedimento. De qualquer forma, o período recomendado é estabelecido pelo médico, de acordo com características de cada paciente, como sua idade e histórico clínico individual ou familiar.
3. Colposcopia
Aliada à colpocitologia oncótica (Papanicolaou), a colposcopia é um dos exames preventivos femininos que contribui para que eventuais tumores no colo do útero sejam descobertos muito cedo. Porém, esse exame permite avaliar ainda outras áreas, como a vulva e a vagina.
O exame é realizado com um aparelho chamado colposcópio, que utiliza lentes de aumento para iluminar e ampliar a visão dos órgãos genitais. Ele também aplica reagentes como ácido acético e solução de Lugol à base de iodo, que evidenciam possíveis lesões que seriam praticamente invisíveis de outra forma.
Entre as alterações que a colposcopia identifica, estão:
- verrugas genitais no colo do útero (que podem ser causadas pelo papilomavírus humano, ou HPV);
- pólipos benignos, que acontecem quando o tecido da região cresce de maneira irregular;
- cervicite (inflamações no colo do útero);
- lesões nos tecidos da vulva, vagina e colo do útero, que podem ser benignas (inflamatórias), pré-malignas ou malignas.
Além disso, a colposcopia pode ajudar a esclarecer as causas de dores pélvicas e de sangramentos. O exame também aponta a extensão das lesões, o que pode contribuir para fechar um diagnóstico ou indicar os melhores caminhos para tratamento.
4. Ultrassonografia pélvica
Outro exame preventivo muito comum é a ultrassonografia, também chamada de ultrassom ou ecografia, permite observar os órgãos internos e possíveis alterações. Trata-se de um exame não-invasivo, que não emite radiações e que pode ser feito até mesmo por crianças e gestantes.
O aparelho de ultrassom emite ondas mecânicas sonoras. Ao encontrar os diferentes tecidos do corpo, essas ondas se comportam e se propagam de formas distintas. Essa interação permite que se formem imagens que retratam os órgãos praticamente em tempo real, bem como a identificação de lesões.
Quando realizado para identificar problemas de saúde comuns na mulher, o médico pode solicitar a realização do ultrassom sobre o abdômen. Para visualizar o útero, ovários, trompas e outros órgãos, é necessário estar com a bexiga cheia, para que ela fique praticamente transparente e permita a análise dessas estruturas.
O médico também pode solicitar o ultrassom transvaginal. Nesse caso, o transdutor do aparelho é inserido pela vagina e mostra áreas profundas. Ele é indicado principalmente porque permite analisar a fibromas (formações sólidas) e cistos (formações líquidas).
5. Exames preventivos para as mamas
Não são apenas os problemas no aparelho genital que preocupam as mulheres. Elas estão sujeitas a tumores em outras regiões do corpo, como as mamas. Por isso, é importante monitorar o surgimento de caroços nos seios, o que pode ser feito por meio de exames diferentes.
Para mulheres acima dos 35 anos, os médicos geralmente recomendam a mamografia. Nesse exame, um aparelho chamado mamógrafo pressiona os seios em posições diferentes. O objetivo é fazer imagens das mamas para identificar possíveis lesões.
No entanto, nem sempre a mamografia consegue detectar essas alterações, principalmente se a mulher tem as mamas muito densas. Nesse caso, o ideal é fazer uma ultrassonografia, que costuma ser eficiente para identificar cistos e tumores.
Se a mulher é jovem (até 35 anos), o médico costuma solicitar apenas a ultrassonografia. A partir dessa idade, os dois exames podem ser recomendados quando existe acesso a esses procedimentos. O período de intervalo varia de acordo com o histórico clínico individual e familiar.
6. Densitometria óssea
A partir dos 40 anos, tanto o homem quanto a mulher começam a perder o tecido ósseo, que se torna cada vez menos denso e, consequentemente, mais fraco. Nas mulheres, esse processo acontece de forma acelerada. Aos chegar aos 70 anos, elas podem ter uma redução de até 30%.
O exame que permite monitorar as condições dos ossos é a densitometria óssea. Ele funciona de forma semelhante a um raio X, conseguindo detectar a perda óssea e de minerais.
Caso os resultados realmente mostrem uma osteopenia (perda óssea) avançada ou preocupante, a paciente deve ser encaminhada ao tratamento adequado. Quando em condições normais, a mulher precisa começar a realizar esse exame a partir dos 65 anos.
Algumas situações específicas podem levar o médico a solicitar uma densitometria óssea antes da idade prevista. Esses casos são:
- evidências de osteoporose identificadas em outros exames de imagem, como radiografias;
- mulheres com condições de saúde e doenças que favorecem a osteopenia, como falta de vitamina D e doença de Crohn;
- pessoas que adotam hábitos que a colocam em um risco maior de desenvolver osteopenia e osteoporose, como tabagismo, consumo de álcool em excesso e sedentarismo;
- mulheres diagnosticadas com lúpus, artrite reumatoide ou espondilite anquilosante;
- pessoas que utilizam continuamente medicamentos que favorecem a perda de massa óssea, como corticoides;
- pessoas que sofrem fraturas a partir dos 50 anos;
- mulheres que fazem terapia hormonal, consideram a suspensão da medicação, mas precisam avaliar as possíveis consequências dessa decisão com seus médicos.
Além desses exames essenciais, o médico pode solicitar outros exames, de acordo com as necessidades de cada paciente. Eletrocardiograma, dosagem de vitaminas e colesterol, análise de fezes para detectar traços de sangue, exame de vista para prevenção do glaucoma e exame urodinâmico estão entre os procedimentos recomendados com uma certa frequência.
E quanto a você? Como estão os seus exames preventivos? Você os realiza com frequência ou faz tempo que não vai ao médico? Esse cuidado é fundamental para evitar que pequenos problemas se transformem em grandes transtornos.
Que tal mostrar para as mulheres do seu círculo que você as ama, se preocupa com elas e com seu bem-estar? Compartilhe este conteúdo com elas por meio de suas redes sociais e a ajude-as a entenderem a importância desses procedimentos para a saúde da mulher.
Fontes: