A demência é uma realidade para milhões de idosos não só no Brasil, mas em todo o mundo. Entre todas as causas, a doença de Alzheimer de destaca como a principal.
Atualmente, a estimativa é de que a doença de Alzheimer afete 1,2 milhões de pessoas acima de 65 anos, só no Brasil. Com o envelhecimento da população, as projeções apontam para a possibilidade de o número de casos mais que dobrar até 2030.
Uma das grandes dificuldades referentes ao Alzheimer é seu diagnóstico. Isso acontece porque, devido à falta de informação, muitas pessoas ainda confundem os sinais de demência com outros esquecimentos corriqueiros. Assim, elas deixam de perceber os primeiros sintomas em seus familiares, o que adia o início do tratamento.
Por isso, entendemos que o conhecimento dos principais sintomas da doença de Alzheimer é fundamental para detectá-la logo no início e buscar ajuda rapidamente. Continue a leitura para saber mais sobre esse tema.
Sintomas da doença de Alzheimer
Muitos familiares, embora percebam alguns sintomas do Alzheimer no dia a dia, acreditam que se trata de um processo de envelhecimento cognitivo natural. Por isso, é importante mostrarmos alguns dos eventos que devem ser encarados como um sinal de alerta e motivar a busca por um diagnóstico.
A perda da memória recente pode ser considerada um dos primeiros sinais de Alzheimer. O idoso consegue evocar com precisão fatos do passado, mas tem dificuldade para se lembrar de ações recentes, como o que comeu na última refeição. Além disso, é importante ficar atento quando:
- o idoso repete a mesma pergunta (ou informação) por diversas vezes;
- a pessoa começa a se esquecer de determinadas palavras, a gaguejar ou a pronunciá-las de forma errada;
- o indivíduo não consegue acompanhar as conversas;
- o idoso não consegue encontrar a palavra certa para expressar suas ideias ou sentimentos pessoais;
- a pessoa passa a se perder enquanto dirige, mesmo que seja um caminho bem conhecido;
- o indivíduo que dirige passa a ter dificuldade para guiar seu automóvel;
- falta de capacidade para resolver problemas cotidianos que exijam a elaboração de uma estratégia;
- mudanças repentinas no humor: a pessoa animada começa a se sentir triste, quem é tranquilo passa a demonstrar irritação, surgem suspeitas injustificadas ou mesmo agressividade;
- interpretações erradas e estímulos visuais ou auditivos;
- tendência ao isolamento.
Evolução da doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer evolui e se torna mais grave a cada etapa. Veja quais são elas:
Estágio I – Inicial
Nesse estágio, a pessoa começa a ter algumas alterações na memória. Passa a esquecer tanto os fatos do dia a dia (o que comeu no almoço) quanto as atividades que está realizando. Assim, o indivíduo com Alzheimer pode não se lembrar da panela que deixou no fogo ou da comida no forno, por exemplo.
Ainda no primeiro estágio, o Alzheimer afeta a personalidade, reduz as habilidades espaciais e visuais. Assim, uma pessoa que era falante e extrovertida pode se tornar quieta. Se era dócil, pode manifestar agressividade. Também é possível que ela não reconheça ambientes da própria casa ou que tenha dificuldade para se deslocar entre os cômodos.
Estágio II – Moderado
No segundo estágio, a pessoa passa a ter dificuldade para realizar tarefas simples do cotidiano. Também não consegue mais falar e coordenar seus movimentos como antes. A insônia e a agitação passam a fazer parte da rotina.
Nesse estágio, o indivíduo precisa de ajuda para o autocuidado básico. Higiene pessoal, tarefas domésticas e alimentação devem ficar sob a responsabilidade de cuidadores.
Estágio III – Grave
No terceiro estágio, a doença já entra na fase grave. O indivíduo não só dependerá de cuidadores para suas atividades diárias e higiene pessoal, como também tende a resistir à execução dessas tarefas.
O período também é marcado pela perda de controle sobre funções orgânicas como a urina e a evacuação. A consequência é a incontinência urinária e fecal. A deficiência motora se acentua e o idoso pode precisar de ajuda até mesmo para levar o alimento à boca.
Estágio IV – Terminal
No estágio terminal do Alzheimer, o indivíduo fica acamado. Ele já não tem condições motoras de se locomover. A perda de funções cognitivas também leva ao mutismo, que é incapacidade para falar. Também é comum sentir dor durante a deglutição, o que prejudica a alimentação.
Por ficar muito tempo imóvel, a pessoa costuma ter infecções intercorrentes. Portanto, existe um declínio não só das funções cognitivas e motoras, mas da saúde do idoso como um todo.
Diagnóstico da doença de Alzheimer
Para determinar a doença de Alzheimer com precisão, é preciso examinar o tecido cerebral. Como isso só acontece por meio da biópsia ou na autópsia (após a morte), o diagnóstico é feito por outros meios, como o levantamento do histórico clínico do próprio idoso, de seus familiares e também pela exclusão de outras doenças mentais.
O primeiro passo para o diagnóstico de Alzheimer é descartar outras possibilidades. Geralmente, o médico solicita exames que detectem se a glândula tireoide está funcionando normalmente, bem como os níveis de vitamina B12 no sangue. É comum também avaliar se a pessoa não está apresentando um quadro de depressão.
A partir dessa avaliação inicial, o médico ou uma equipe multidisciplinar farão uma série de exames e testes. Será necessário realizar uma avaliação física e neurológica para detectar déficits cognitivos, especialmente no que diz respeito à memória, linguagem e percepção espacial.
Até agora, não existe um medicamento capaz de curar o Alzheimer. O tratamento apenas permite estabilizar a doença ou retardar seu progresso. No entanto, não é incomum que a medicação afete outros aspectos da saúde e qualidade de vida do indivíduo, como seu sono.
Por isso, embora as causas da doença não sejam completamente conhecidas, sabe-se que alguns hábito podem prevenir o Alzheimer. Alimentação saudável, controle do peso, exercício físico e desafios cognitivos são essenciais para manter a mente ativa, lúcida e livre do Alzheimer.
Agora você já sabe quais são os primeiros sintomas do Alzheimer e quando procurar ajuda. Quer saber mais sobre como evitar os problemas de saúde comuns na terceira idade? Baixe nosso Guia da Longevidade e descubra como é possível viver mais e melhor nessa etapa da vida.