Para cuidar do corpo é indispensável cuidar da mente e o contrário também se aplica. Em uma época em que o aumento dos transtornos mentais afeta indivíduos de todas as idades, é importante estar consciente de como eles podem prejudicar sua saúde física.
Dependendo do seu estado emocional ou psíquico, seu organismo pode gerar reações físicas como doenças ou dores. Afinal, a saúde física e mental caminham juntas.
A postura e o comportamento negativo da pessoa diante de uma situação tendem a piorar uma doença ou sintoma. Por exemplo, um estresse grave pode, temporariamente, enfraquecer o coração. Quem sofre de estresse crônico tem grandes chances de desenvolver hipertensão arterial.
Uma condição física ruim pode aumentar o risco de desenvolvimento de problemas de saúde mental, assim como uma saúde mental prejudicada também tem um impacto negativo sobre a saúde física.
O que agrava os transtornos mentais?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, os transtornos mentais são intensificados por atributos individuais, como a capacidade de administrar os pensamentos, emoções e comportamentos e também por fatores sociais, econômicos e culturais.
Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento dos transtornos são o estresse, a genética, a nutrição, estilo de vida inadequado, sedentarismo, infecções perinatais e a exposição a perigos ambientais.
Como os transtornos mentais impactam na saúde física?
Muitas vezes, as pessoas sentem sinais físicos ou desenvolvem doenças que têm como causa os transtornos mentais. Isso prejudica a recuperação da pessoa, pois muitas vezes ela busca uma solução em medicamentos que apenas amenizam os sintomas, mas não resolvem as causas desses problemas. Assim, ela permanece doente. Veja alguns exemplos:
Somatização
Você já ouviu falar em somatização? Quando o medo vira um batimento cardíaco acelerado ou a preocupação se torna uma dor de cabeça e esses sintomas se repetem com frequência, isso pode ser um sinal do chamado transtorno de somatização.
O risco deste transtorno para a saúde física é bem claro. Os sentimentos despertam reações físicas no organismo e essas levam a doenças.
A somatização substitui os processos psíquicos destes sentimentos e desencadeiam processos orgânicos.
Entre os sintomas mais comuns do transtorno de somatização estão: dores no corpo, no pescoço e nas costas, problemas na articulação, enxaquecas, formigamento nos braços e nas pernas, zumbido no ouvido, insônia e até mesmo problemas nos sistemas do corpo.
No sistema respiratório é comum surgirem alergias em geral, além de asma e bronquite. No sistema digestório os sintomas são a azia, a diarreia e a gastrite. Algumas pessoas apresentam dermatites enquanto outras chegam a desenvolver problemas cardiorrespiratórios.
Normalmente quem somatiza percebe os sintomas físicos, mas não os relaciona ao seu estado mental.
Quando os médicos e exames não conseguem encontrar a causa da dor ou doença, é importante procurar um profissional da saúde mental para um diagnóstico.
Redução da imunidade
A imunidade é o mecanismo de defesa do organismo contra substâncias estranhas, processos errados e microorganismos invasores. O sistema imunológico é o responsável por manter o equilíbrio e o bom funcionamento do organismo.
Pessoas muito ansiosas tendem a desenvolver doenças autoimunes. Elas colocam o sistema imunológico em estado de alerta de tal maneira que ele começa a combater até mesmo com o próprio organismo.
Isso acontece porque o eixo que envolve a estrutura cerebral, chamado hipotálamo, e as glândulas hipófise e supra renal sofrem influência do estresse crônico e também interferem no comportamento das células de defesa.
Entre as principais doenças autoimunes estão a artrite reumatoide, a colite, as dermatites e a psoríase.
Mas essas doenças não são o único prejuízo que os transtornos mentais podem trazer à imunidade. Quando a mente não está saudável ela também diminui a ação do sistema imunológico, tornando o organismo mais sujeito a ação de outras doenças.
Psoríase
A psoríase é uma doença autoimune que geralmente se caracteriza por feridas escamosas vermelhas na superfície da pele. Os seus efeitos não são apenas os visuais.
Os seus sintomas físicos e psicológicos podem ser interligados, pois o sofrimento emocional que a doença causa pode levar a um surto.
Esta doença normalmente é desencadeada pelo estresse. Ela traz impactos ao bem-estar emocional.
Dados divulgados pelo Hospital Santa Mônica e Mental Health Foundation mostram que 85% dos Brasileiros com a doença sentem irritação, aproximadamente um terço tem ansiedade e depressão e 1 em cada 10 admitem pensar em suicídio.
O sentimento de humilhação também parece acompanhar essa condição de saúde. Quem tem psoríase corre ainda o risco de desenvolver outras condições de saúde. Entre 6% e 40% das pessoas com a doença manifestam artrite psoriática.
Os sintomas são rigidez e inchaço das articulações. A condição é dolorosa e pode levar à deformidade. Há também um maior risco de desenvolver outras doenças como a diabetes tipo 2, depressão e doenças cardíacas.
Agravamento das doenças crônicas e risco de morte por infarto
As doenças crônicas são doenças de longa duração e de progressão lenta. Indivíduos de todas as idades podem desenvolvê-las e, na maioria das vezes, não é possível curá-las utilizando medicamentos.
Entre as principais doenças crônicas não transmissíveis estão a osteoporose, o mal de Parkinson, Alzheimer, asma, diabetes, derrame cerebral, hipertensão, câncer e colesterol alto.
Quando o indivíduo está com estresse crônico, seu corpo sofre influências hormonais que podem causar uma vasoconstrição (fechamento) das principais artérias e veias do coração.
O fluxo sanguíneo é reduzido, causando o aumento dos batimentos cardíacos e a elevação da pressão arterial. Quando o sistema circulatório apresenta irregularidades como essas, outros órgãos igualmente importantes sofrem consequências.
Com essa condição, o corpo reage de diferentes formas: as artérias se endurecem, pode acontecer a formação de coágulos e, por fim, toda a circulação é comprometida. Nesse estado o organismo evolui para doenças mais graves como o AVC e o infarto.
Insônia e suas consequências
A insônia é um distúrbio persistente do sono que pode se manifestar em diferentes períodos da noite. Algumas pessoas têm muita dificuldade para pegar no sono quando se deitam. Outras conseguem dormir rápido, mas acordam várias vezes durante à noite ou de madrugada.
A insônia causada por estresse cria um ciclo desgastante para o organismo. Pelo acúmulo de estresse, o indivíduo não consegue dormir corretamente, seu corpo não descansa e, no dia seguinte, acumula mais estresse por conta do cansaço.
Prisão de ventre (causada por estresse)
O sistema digestório também é gravemente atingido pelos transtornos mentais. Quando o indivíduo está sob estresse constante, o cérebro emite sinais, o que faz com que o intestino provoque contrações anormais típicas de um colo sensível e irritável.
Esses estímulos trazem bastante desconforto e sintomas como: dores abdominais, distensão abdominal e flatulência. Quando essa condição é ignorada e não recebe o tratamento necessário, pode evoluir para a síndrome do cólon irritável, uma doença grave e permanente.
Em algumas situações, quando o organismo está sob constante estresse, ele pode reagir com efeitos opostos nas funções intestinais. Nesse momento a flora intestinal se altera e resulta no intestino preso.
Para não sofrer as consequências do estresse crônico no intestino, é importante cuidar da saúde emocional e também adotar um plano alimentar equilibrado, inserindo a quantidade certa de fibras, cereais, frutas, além de tomar pelo menos 2 litros de água todos os dias.
Mal de Alzheimer
O mal de Alzheimer atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Muitos não prestam atenção aos seus primeiros sintomas, por isso, seu diagnóstico costuma ser tardio.
A depressão é o principal fator de risco do Alzheimer. Um estudo divulgado no periódico Neurology mostrou que pessoas que desenvolvem depressão, ansiedade e agitação durante a fase adulta têm 90% mais chances de desenvolver o Alzheimer durante a terceira idade.
Câncer
Uma pesquisa que relacionou doenças mentais e câncer produziu resultados mistos. Foram encontradas quantidades relativamente mais altas de câncer entre pessoas com esquizofrenia. Elas apresentaram o dobro de risco de desenvolver câncer de vesícula biliar e intestino.
O perigo não está apenas no risco de pessoas com transtornos mentais apresentarem mais casos de câncer, mas também no fato de que os problemas de saúde mental, quando relacionados ao câncer, podem interferir no tratamento e na remissão do tumor.
Os transtornos mentais oferecem grandes riscos à saúde física. Por isso, é fundamental evitá-los ou identificá-los precocemente para realizar o tratamento adequado. Preparamos uma newsletter que vai ajudá-lo a adotar hábitos que previnem ou revertem essas doenças. Para inscrever-se, basta clicar no banner abaixo!