O teste busca identificar a presença de peptídeos beta-amiloides, que são fragmentos de proteínas associados aos depósitos de placas amiloides encontrados no cérebro de pessoas com Alzheimer.
Altos níveis desses peptídeos no sangue podem ser um indicativo da doença. Portanto, sua presença em grande quantidade é um sinal de alerta importante.
Para os profissionais da área de neurologia e geriatria, o PrecivityAD2 é considerado um grande avanço. Afinal, a detecção e tratamento precoces podem fazer que o prognóstico da doença seja completamente diferente.
No entanto, especialistas continuam afirmando que diagnóstico do Alzheimer não se restringe aos resultados deste teste. O paciente precisa de uma avaliação clínica ampla, que pode incluir sintomas, histórico médico e exames complementares.
Qual a diferença entre o PrecivityAD2 e outros exames?
Quando se trata de um paciente que já apresenta sintomas de Alzheimer, o PrecivityAD2 permite a confirmação do diagnóstico ou sua exclusão de forma menos invasiva.
Porém, sem dúvida alguma, seu principal benefício é possibilitar o diagnóstico precoce da doença. A maioria dos pacientes começa a apresentar os sintomas a partir dos 65 anos de idade.
No entanto, sabe-se que as placas de proteína beta-amiloide começam a se formar pelo menos 20 anos antes, e seria muito interessante poder parar este processo degenerativo ou, pelo menos, desacelerá-lo.
Antes do PrecivityAD2, não existia um exame que detectasse o Alzheimer com antecedência. O que alguns pacientes faziam, ao notarem um histórico familiar desfavorável, era um teste genético.
O teste genético, porém, não detectava o Alzheimer em adultos jovens ou maduros. Ele simplesmente apontava uma probabilidade maior ou menor para desenvolver a doença.
Portanto, se o teste genético detecta que a pessoa, em seu cromossomo 19, herdou uma variante específica de um gene que codifica a apolipoproteína E (APOE), suas chances de desenvolver Alzheimer são consideradas maiores.
Apesar de se basear em uma lógica sólida, estabelecida a partir de pesquisas, o teste genético aponta uma probabilidade. Isso significa que a pessoa pode desenvolver a doença ou não. Inclusive, o processo pode estar ocorrendo naquele momento, mas o teste genético não detecta este problema.
O PrecivityAD2 é completamente diferente. Os indicadores que ele obtêm mostra que a pessoa realmente já está neste processo de acúmulo das proteínas beta-amiloides e, portanto, está desenvolvendo o Alzheimer silenciosamente.
Vale lembrar que o PrecivityAD2 é apenas um exame. Ele não tem a função e nem o poder de tratar o Alzheimer. No entanto, ele possibilita o tratamento precoce da doença.
O que fazer após o diagnóstico precoce de Alzheimer?
Muitas pessoas ainda se questionam até que ponto este diagnóstico precoce é realmente útil. Afinal, não existem tratamentos capazes de curar a doença, mas apenas alguns medicamentos que podem desacelerá-la.
O que seria pior? Apresentar Alzheimer após os 65 anos, enfrentar o declínio cognitivo mais perto do fim da vida ou conviver durante décadas com o diagnóstico, mesmo que a doença seja desacelerada?
Nós entendemos que o diagnóstico pode ser útil, sim, tanto para o início precoce do tratamento quanto para a eliminação de fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença.
As placas formadas pelo acúmulo de proteínas beta-amiloides são causadas por vários fatores. O Alzheimer é uma doença complexa e muitos de seus mecanismos ainda nem foram descobertos.
Assim, como você viu em outro tópico, existem fatores genéticos que contribuem para o surgimento do Alzheimer. Quando a pessoa possui a variante E4 do gene APOE, por exemplo, ela possui uma predisposição maior à doença.
Algumas pessoas possuem não apenas um gene da variante E4. Elas herdam este tipo de gene tanto da mãe quanto do pai, o que teoricamente aumenta seu risco.
No entanto, nem todas as pessoas que possuem esta variante genética desenvolvem o Alzheimer. Ao mesmo tempo, outras pessoas são diagnosticadas com a doença e não possuem este gene.
Então, como você pode ver, não é tão simples. O Alzheimer não é uma doença genética, embora tenha influência dos nossos genes.
Como já dissemos, vários fatores interferem na formação das placas beta-amiloides. Dois deles, pelo menos, você consegue controlar.
O primeiro é o seu estilo de vida. Alimentação, prática regular de exercícios ou sedentarismo, grau de exposição a toxinas (álcool, cigarro, drogas e até alguns medicamentos) influenciam o metabolismo cerebral e a saúde dos vasos sanguíneos.
Portanto, se você tem bons hábitos — dorme bem, tem uma alimentação natural e saudável, pratica exercícios, evita substâncias tóxicas — tudo isso inibe a formação de placas amiloides.
De forma contrária, os maus hábitos aceleram este processo de degeneração e aumentam as chances de manifestar a doença.
Outro fator muito importante é o controle do estado inflamatório do organismo. A inflamação crônica, tão comum nos dias de hoje, agrava o acúmulo de beta-amiloides.
Assim, se você infelizmente recebeu o diagnóstico precoce de Alzheimer, procure o médico e inicie seu tratamento. Porém, paralelamente, melhore seu estilo de vida para desacelerar a progressão da doença.
Em suma: se você tem 20 anos, construa hábitos saudáveis para reduzir suas chances de desenvolver o Alzheimer. Se já chegou aos 40 ou 50, este é um ponto decisivo. Adotar bons hábitos agora pode ser sua última chance para não enfrentar esta doença terrível em um futuro próximo.
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