Não é muito simples saber o que é distimia. Neste tipo de depressão crônica, o paciente compara seus sintomas com aqueles clássicos que caracterizam a doença e não se enxerga ali. Entretanto, ele também não se sente feliz, realizado e satisfeito a maior parte do tempo.
A vida perde seu brilho e o mau-humor parece ser constante, assim como a baixa autoestima e a autocrítica. A irritação, o nervosismo e a visão negativa muitas vezes são interpretados como temperamento, mas existe uma doença por trás deste quadro.
A tristeza, sensação de vazio e infelicidade chegam a se tornar incapacitantes.
Essa situação é bastante comum, e nos leva a pensar na importância de entendermos o que é distimia, uma forma moderada de depressão que afeta a vida da pessoa, sua produtividade e suas relações sociais.
Para identificar a doença é preciso entender melhor como ela se manifesta. Continue a leitura para saber mais!
O que é distimia?
A própria origem da palavra distimia já nos fala um pouco da doença. A palavra distimia é originária da Grécia Antiga e significa mau-humor.
Um de seus maiores perigos está na sua sutileza. Pessoas com depressão severa têm dificuldade para trabalhar e fazer suas atividades do dia a dia.
Já na distimia, os sintomas são menos intensos, como um tipo de depressão crônica com intensidade moderada. O paciente muitas vezes segue sua rotina e atividades normalmente, mas os sintomas, apesar de leves, apresentam riscos.
Um episódio depressivo se instala de maneira bruta e frequentemente muda drasticamente o humor e comportamento, sendo evidente para aqueles que convivem com o indivíduo que algo está errado.
Já na distimia um evento ou mudança de humor não são tão intensos e marcantes. A característica central é o mau-humor constante e marcante. Uma introversão e melancolia elevados, com ausência de senso de humor.
Este cenário pode tornar a convivência social e até mesmo atividades profissionais e familiares bem difíceis. A pessoa que muitos enxergam como mau-humorada pode, na verdade, estar doente e precisar do tratamento certo.
De acordo com a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos, ABRATA, apenas no Brasil existem 11 milhões de pessoas que sofrem deste mal.
Quais são os sintomas da distimia?
Além do comportamento explosivo, é possível perceber uma grande irritabilidade do paciente. Não existe uma pausa para essa postura, o indivíduo geralmente apresenta esses sintomas desde a infância.
Pessoas com distimia são frequentemente taxadas como desagradáveis e de difícil comportamento. Na vida profissional, apesar de conseguirem trabalhar normalmente, têm problemas com a criatividade.
O padrão de sono de pessoas com distimia é muito semelhante ao padrão daqueles que têm depressão. Pode ocorrer insônia ou hipersonia. O impacto das noites mal dormidas se refletem na fadiga ou baixa energia, que também são sintomas da doença.
A baixa autoestima e a dificuldade de tomar decisões podem se refletir na baixa capacidade de se concentrar e também no sentimento de desesperança. Outros sintomas que podem se apresentar são o pessimismo permanente e a fibromialgia.
O apetite também é alterado pela doença. Geralmente os pacientes apresentam o apetite diminuído ou ingerem alimentos em excesso.
A presença de dois ou mais destes sintomas descritos acima fazem parte dos sinais que ajudam a fechar o diagnóstico.
Por que é difícil diagnosticar a distimia?
Uma depressão pode ser caracterizada por sintomas intensos que duram, pelo menos, duas semanas. Já na distimia os sintomas precisam estar presentes por pelo menos dois anos de maneira moderada para se chegar a um diagnóstico.
Os distímicos também apresentam quadros depressivos de tempos em tempos, mas depois voltam ao seu quadro de humor normal que é considerado sempre abaixo da média.
A maior dificuldade enfrentada no diagnóstico desta doença é que os pacientes raramente se dão conta do próprio problema. Como os sintomas os acompanham por muitos anos, eles acham que a falta de prazer e interesse pelas coisas fazem parte da sua personalidade.
Indivíduos com distimia encaram a constante tristeza como seu jeito de ver o mundo e dificilmente entendem que precisam buscar ajuda.
Quais são as causas da distimia?
Não se sabe qual é a causa exata da distimia, mas pode ser semelhante à depressão tradicional.
Fatores bioquímicos estão entre as causas. Pessoas com distimia podem ter mudanças físicas em seus cérebros. O significado destas mudanças ainda é incerto, mas pode ser um caminho na busca pela causa.
Fatores genéticos também estão entre os influenciadores para o surgimento da doença. Ela pode ser mais comum em pessoas com grau sanguíneo de parentesco.
Assim como na depressão, o ambiente também é um forte contribuidor para o desenvolvimento da doença. Situações difíceis de lidar, como a perda de um ente querido, problemas financeiros ou um alto nível de estresse estão entre as possíveis causas.
Quais são os fatores de risco da distimia?
Alguns fatores aumentam o risco de uma pessoa ter distimia, como ter um parente de primeiro grau com a doença ou com depressão, eventos estressantes ou a necessidade constante e excessiva da aprovação das pessoas próximas.
Aproximadamente 36% dos pacientes que possuem algum transtorno mental como pânico ou fobia, também apresentam sintomas leves de depressão e de longa duração. Isso indica um quadro de distimia.
Além da perda da qualidade de vida e deterioração dos relacionamentos, a pessoa com distimia tende a recorrer a medicamentos e pode se viciar neles. Em 15 a 20% dos casos, o quadro evolui para ideário suicida.
Diagnosticar o transtorno precocemente e introduzir o tratamento adequado é de extrema importância, uma atitude que pode salvar vidas.
Como tratar a distimia?
Cuidar da saúde mental é o primeiro ponto importante na hora de tratar a distimia. Evitar o estresse, a ansiedade e também outros quadros que podem atuar no desenvolvimento e agravamento da doença é fundamental.
A psicoterapia também é uma importante aliada neste momento. Nem todas as pessoas precisam tomar medicamentos diante desse diagnóstico, mas quando a medicação é indicada, o acompanhamento médico é fundamental.
Como é o caso de uma depressão leve, é importante buscar hábitos que ajudam a melhorar a química cerebral. O uso de medicamentos pode ser considerado apenas depois que essas opções foram esgotadas, e sempre sob supervisão médica.
Você sabia que a luz solar pode atuar no tratamento até mesmo de casos mais sérios de depressão? Também existem exercícios físicos próprios para aliviar transtornos da mente e, sem dúvida, alimentos corretos e o descanso adequado são fortes aliados.
Agora que você já sabe o que é distimia, que tal investir mais tempo e cuidados com a sua saúde mental? Preparamos mais conteúdos sobre este tema e também sobre estilo de vida. Para saber mais é só clicar no banner.