Provavelmente, toda criança já ouviu que comer muito doce pode trazer prejuízos para a saúde. E não importa a idade, é sempre importante estar alerta, porque um nível alto de glicose no sangue causa o temido diabetes.
É claro que suas causas vão além do que comemos. Não podemos esquecer que quem tem diabetes também pode desenvolver outras patologias, como a neuropatia diabética.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o diabetes afeta cerca de 250 milhões de pessoas ao redor do mundo. Os números no Brasil também são alarmantes. Os dados da Sociedade Brasileira de Diabetes mostraram que, em 2019, mais de 13 milhões de pessoas viviam com a doença.
Mas por que ter tanto medo do diabetes? Quem sofre com a doença enfrenta grandes desafios no estilo de vida e também no próprio cuidado com a saúde.
As doenças crônicas não transmissíveis, como é o caso do diabetes, são responsáveis por mais de 70% das mortes, como mostram os dados do Ministério da Saúde.
E esse tipo de doença não atinge apenas pessoas na terceira idade. Muitos jovens têm sofrido com suas consequências.
O que é a neuropatia diabética?
Neste artigo vamos abordar uma das principais complicações do diabetes, a neuropatia diabética.
Os nervos periféricos são responsáveis por carregar as informações que saem do cérebro e também as que chegam até ele. Eles também são responsáveis pelos sinais enviados da medula espinhal para o resto do corpo.
Os danos a esses nervos são chamados de neuropatia periférica, fazendo com que esse mecanismo não funcione bem.
A neuropatia pode afetar um único nervo, um grupo deles ou os nervos de todo o corpo. Ela afeta as extremidades e, principalmente, os membros inferiores, causando o chamado pé diabético.
Essa complicação é bem perigosa. Ela pode ser silenciosa e avançar lentamente, confundindo-se com outras doenças e fazendo com que a pessoa só perceba quando já existem sérios prejuízos funcionais.
O que causa a neuropatia diabética?
A neuropatia diabética é a mais comum complicação do diabetes mellitus (DM), afetando aproximadamente 50% de todos os pacientes com DM tipo 1 e tipo 2.
Ela também é a complicação crônica mais comum e mais incapacitante do diabetes, sendo responsável por cerca de dois terços das amputações não traumáticas, ou seja, que não são causadas por acidentes ou fatores externos.
Alguns dos fatores que favorecem a progressão da doença são: o controle inadequado da glicose, o excesso de peso, nível elevado de triglicérides, tabagismo, pressão alta, o tempo que se convive com o diabetes e também a presença de retinopatia e da doença renal.
Tanto as alterações nos vasos sanguíneos, quanto as alterações no metabolismo, podem causar danos nos nervos periféricos. A glicemia alta também reduz a capacidade de eliminar radicais livres e compromete o metabolismo de várias células, principalmente dos neurônios.
Quais são os tipos de neuropatia diabética?
A doença pode ser dividida em três categorias, dependendo das características dos nervos afetados;
Sensorial
Ela se manifesta com sinais como dormência e perda de sensibilidade, formigamento ou queimação.
Motora
Esse tipo de neuropatia diabética pode se apresentar com fraqueza local, proximal ou distal e geralmente ocorre junto com a sensorial.
Autonômica
Quando o paciente sofre com a neuropatia autonômica, os nervos que controlam as funções involuntárias do corpo ficam danificados. Assim, a pessoa perde o controle dessas funções.
Entre as funções afetadas podemos destacar a pressão arterial, regulação da temperatura, digestão, função da bexiga e sexual. Portanto, a pessoa pode ter escapes de urina, impotência e outros transtornos em sua rotina.
A neuropatia autonômica pode envolver os sistemas cardiovascular, geniturinário, gastrointestinal e também as glândulas sudoríparas.
Quais são os estágios da neuropatia diabética?
Em relação à neuropatia diabética, o paciente pode ser classificado de acordo com as seguintes categorias:
- NO – sem neuropatia
- N1a: com presença de sinais, mas ausência de sintomas
- N2a: Polineuropatia diabética sintomática moderada – quando pode haver envolvimento motor, sensorial ou autonômico, mas o paciente ainda é capaz de andar com os calcanhares.
- N2b: Um tipo mais avançado da doença chamado de polineuropatia diabética sintomática severa. Neste nível, já não é mais possível andar com os calcanhares.
- N3: Neste nível de neuropatia, a polineuropatia diabética já se torna incapacitante.
As neuropatias periféricas também podem ser divididas em neuropatias focais e difusas. As focais ocorrem, geralmente, em pacientes idosos e podem atingir nervos periféricos e cranianos.
Já as neuropatias difusas podem se apresentar como motoras proximais, se apresentando com dor, perda muscular e fraqueza dos membros inferiores e como polineuropatias simétricas com o aparecimento de úlceras neuropáticas.
Como fazer o diagnóstico de neuropatia diabética?
Para identificar a doença, é importante estar atento a alguns sinais como dor contínua e constante, sensação de queimadura e ardência, dor espontânea, que surge de repente e sem causa aparente, além de formigamento.
Também fique atento a dores excessivas diante de estímulos pequenos ou dores por toque que normalmente não seriam dolorosos, como encostar o braço em alguém, por exemplo.
Com o tempo, as dores que antes eram intensas demais, mesmo com pouco estímulo, passam a ser menores do que deveriam. Por isso, deve-se ficar atento ao risco de sofrer uma queimadura e não perceber e também aumentar o cuidado com os membros inferiores.
É comum também que o suor diminua e que a pele fique mais seca. O diagnóstico da neuropatia pode ser feito por exames específicos. Os médicos também costumam realizar alguns exames bastante simples nos pés do paciente.
Sempre precisamos nos lembrar de que a avaliação do tipo e também do nível da neuropatia deve ser feita por um médico, assim como o acompanhamento dos sintomas da doença.
Que cuidados o diabético deve ter com suas extremidades?
Para evitar a neuropatia diabética, é importante cuidar dos pés. Se você é diabético, procure examinar seus pés e pernas diariamente, além de avaliar e cuidar das unhas regularmente.
Um bom cuidado é aplicar creme hidratante na pele seca, mas com cuidado para não aplicar entre os dedos, além de usar calçados confortáveis e adequados.
Como é o manejo da neuropatia diabética?
Se você já foi diagnosticado com a neuropatia diabética, é hora de cuidar ainda mais do organismo. Uma boa alimentação, juntamente com hábitos saudáveis como o consumo adequado de água e a prática de exercícios são fundamentais para manter a glicemia sob controle.
Alguns pacientes precisam tomar remédios, pelo menos até controlar determinados sintomas. É sempre importante ter o acompanhamento médico necessário.
Como evitar a neuropatia diabética?
A neuropatia diabética geralmente pode ser evitada com o controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue.
Para isso, basta seguir medidas como o acompanhamento médico regular, o monitoramento dos níveis de glicose no sangue, o uso correto dos medicamentos e da insulina que deve ser injetada, além da prática de atividades físicas acompanhada de uma boa dieta.
Agora você já sabe o que é a neuropatia diabética, quais são suas causas e consequências. Com certeza, você percebeu que cuidar da saúde e melhorar hábitos é essencial para ficar livre deste diagnóstico.
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